Mãe do último refém de Gaza diz que Israel não vai se curar até que ele volte

8 dez 2025 - 10h43

A mãe do último refém em Gaza diz que Israel não se recuperará até que ele ou seus restos mortais sejam trazidos para casa e que a próxima fase de um plano de paz não deve prosseguir até que ele esteja de volta.

O policial Ran Gvili foi um dos 251 reféns capturados e levados para Gaza pelo grupo militante palestino Hamas em seu ataque ao sul de Israel em 7 de outubro de 2023.

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As autoridades israelenses dizem acreditar que ele está morto, mas seu corpo não foi recuperado e a família se agarra à tênue esperança de que ele ainda esteja vivo.

"Estamos na reta final e temos que ser fortes, por Rani, por nós e por Israel. Sem Rani, nosso país não pode se curar", disse sua mãe, Talik Gvili, à Reuters.

Cartazes de Ran Gvili, conhecido pela família e amigos como Rani, estão espalhados pelas ruas de Meitar, sua cidade natal no sul de Israel.

Quando o Hamas atacou, ele estava se recuperando em casa de uma clavícula quebrada. Rapidamente vestiu seu uniforme e se juntou à luta contra os atiradores do Hamas nos arredores do Kibutz Alumim, perto de Gaza.

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Gvili, que tinha 24 anos na época, ficou gravemente ferido e as autoridades israelenses disseram que ele não sobreviveu por muito tempo depois de ser levado para Gaza, disse sua mãe.

"Queremos sentí-lo, queremos ter uma pequena dúvida (de que ele morreu)", afirmou a mãe, antes de acrescentar: "Pode ser apenas um pensamento positivo".

BUSCA POR GVILI EM GAZA

Israel e o Hamas concordaram com um cessar-fogo em outubro, sob o qual a violência diminuiu, mas não parou totalmente em Gaza, após dois anos de guerra precipitada pelo ataque do grupo militante.

O acordo de cessar-fogo apoiado pelos EUA incluiu um compromisso do Hamas de libertar todos os reféns restantes em troca de cerca de 2.000 detentos palestinos e prisioneiros condenados mantidos em Israel, além dos corpos de 360 palestinos mortos.

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Na época do acordo, 48 reféns permaneciam em Gaza, 28 deles supostamente mortos. Apenas Gvili ainda está em Gaza.

Depois que todos os reféns forem devolvidos, o acordo de cessar-fogo deverá passar para a próxima fase, abordando questões como o futuro governo e a reconstrução de Gaza, embora cada lado tenha acusado o outro de violar o acordo de trégua.

Mas com grande parte de Gaza em ruínas devido à ofensiva que Israel lançou em resposta ao ataque do Hamas -- e que, segundo as autoridades de saúde de Gaza, também matou mais de 70.000 palestinos -- encontrar os restos mortais de Gvili está demorando.

Questionada sobre a possibilidade de Israel prosseguir com as negociações sobre Gaza antes que ele seja devolvido, sua mãe disse: "De jeito nenhum. Não permitiremos que isso aconteça".

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