Governo brasileiro rompe silêncio diz acompanhar com preocupação processo eleitoral na Venezuela

Opositora de Maduro, Corina Yoris, não conseguiu se inscrever para disputar as eleições no país este ano

26 mar 2024 - 14h03
(atualizado às 16h39)
Lula não pode esperar angariar muito apoio com suas declarações a favor de Maduro
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Foto: DW / Deutsche Welle

O governo brasileiro elevou o tom e manifestou preocupação com o processo eleitoral na Venezuela, criticando o impedimento de registro da candidata de oposição Corina Yoris, em nota divulgada pelo Itamaraty nesta terça-feira, 26.

"O governo brasileiro acompanha com expectativa e preocupação o desenrolar do processo eleitoral naquele país", diz a nota do Ministério das Relações Exteriores.

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"Com base nas informações disponíveis, observa que a candidata indicada pela Plataforma Unitaria, força política de oposição, e sobre a qual não pairavam decisões judiciais, foi impedida de registrar-se, o que não é compatível com os acordos de Barbados", acrescenta a nota da chancelaria brasileira.

O Itamaraty aponta, ainda, que não houve até o momento qualquer explicação oficial para o impedindo de registro de Yoris.

O Brasil é um dos fiadores do acordo de Barbados, negociado entre o governo de Nicolás Maduro e a oposição, que estipula que candidatos sejam livremente eleitos pelas forças políticas do país, de acordo com procedimentos internos e a constituição venezuelana, bem como proporciona garantias para a realização das eleições neste ano.

Até agora, o governo brasileiro mantinha um otimismo no cumprimento das cláusulas por Maduro, inclusive com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendendo o processo eleitoral no país vizinho.

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A nota, no entanto, ainda destaca que outros 11 candidatos de oposição puderam se inscrever no pleito e repudia possíveis novas sanções contra a Venezuela.

"O Brasil reitera seu repúdio a quaisquer tipos de sanção que, além de ilegais, apenas contribuem para isolar a Venezuela e aumentar o sofrimento do seu povo", diz o texto.

O acordo de Barbados levantou sanções impostas pelos EUA ao país em troca de passos para realização de eleições livres no país. O não cumprimento pode levar o governo norte-americano a reinstalar as medidas restritivas.

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