Ex-premiê da Itália comemora 'ato de justiça tardio' a favor de Lula

9 mar 2021 - 16h11
(atualizado às 16h17)

O ex-primeiro-ministro da Itália Massimo D'Alema afirmou nesta terça-feira (9) estar "muito satisfeito" com a anulação das condenações do ex-presidente do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva, determinada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, no último dia 8 de março.

Lula e Massimo D'Alema durante encontro em Brasília
Lula e Massimo D'Alema durante encontro em Brasília
Foto: ANSA / Ansa - Brasil

O político italiano, que governou a Itália entre 1998 e 2000, é amigo pessoal do petista e fez questão de visitá-lo em setembro de 2018, quando estava detido na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, para expressar sua solidariedade.

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"Parece-me uma virada importante, as coisas que saíram dessa investigação minaram em grande parte a sua credibilidade. É um ato de justiça, muito tarde, porque Lula passou muito tempo na prisão", disse à ANSA por telefone.

Para D'Alema, "a vida política no Brasil agora é mais livre, há mais possibilidades" e levantou suspeita de uso político do instrumento judicial.

"Certamente a mudança no clima internacional restaurou alguma coragem, até mesmo a algum juiz que não tinha particularmente honrado o seu papel até agora", acrescentou o ex-premiê.

D'Alema, no entanto, se demonstrou cauteloso sobre a possibilidade da candidatura de Lula às eleições presidenciais de 2022. "Com certeza se abre uma nova fase na vida política brasileira, vamos ver o que ele vai decidir, o que vai decidir o seu partido".

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O italiano ressaltou ainda que agora "abre-se uma perspectiva para o pós-Bolsonaro, que também é afetado pela desastrosa condução da pandemia" do novo coronavírus Sars-CoV-2.

"Não sei se Lula vai querer concorrer, acho que, na verdade, ele está inseguro, até porque saiu do cargo e não é um homem que se apega ao poder", explicou D'Alema.

Por fim, o ex-primeiro-ministro da Itália, enfatizou que acha que o petista vai optar por "uma avaliação coletiva", principalmente porque "é um homem acostumado ao respeito pelas pessoas que com ele compartilham suas lutas".

  
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