A União Europeia (UE) anunciou nesta quarta-feira (30) que começará, dentro de dois meses, a adotar o controle automatizado em suas fronteiras, que deverá, futuramente, substituir o carimbo manual nos passaportes.
O novo sistema vai registrar, em um banco de dados comum, os nomes, números de passaporte, impressões digitais e fotos de todos os cidadãos de países de fora da UE, como o Brasil, que entrarem na Europa para estadias de curta duração.
"Isso nos ajudará a saber quem entra e quem sai da UE", declarou o comissário europeu responsável pelas questões migratórias, Magnus Brunner.
A implementação do sistema, debatida há quase dez anos, será feita de forma gradual.
"Os Estados membros, os viajantes e as empresas terão tempo para se adaptar ao novo sistema", afirmou a Comissão Europeia.
Preocupação com aumento de filas
O sistema de "entrada/saída" tem gerado resistência por parte de algumas companhias de transporte, que temem o aumento das filas em aeroportos e estações de trem.
O prefeito de Londres, Sadiq Khan, também expressou preocupação com a possibilidadede que o sistema possa causar "caos" na cidade, especialmente na estação de St Pancras, de onde partem e chegam os trens de viagens internacionais da Eurostar.
As autoridades britânicas já alertaram seus cidadãos de que será necessário esperar "alguns minutos" a mais para que "cada passageiro" possa cruzar as fronteiras.
A Comissão Europeia garante que campanhas informativas ajudarão a tornar o lançamento do sistema mais fluido. E insiste que ele permitirá "prevenir a migração irregular e proteger a segurança dos cidadãos europeus."
Vinte e nove países participarão desse sistema automatizado de fronteiras: todos os países da UE, com exceção de Chipre e Irlanda, além da Islândia, Liechtenstein, Noruega e Suíça.