O papa Leão XIV, em sua primeira missa de Natal no Vaticano, apelou por diálogo entre Ucrânia e Rússia, condenou discursos bélicos e destacou as condições precárias enfrentadas por palestinos e outros povos afetados por conflitos e injustiças.
O apelo do papa pela paz mundial e contra as guerras marcou as celebrações no Vaticano neste Natal. Na quarta-feira, Leão XIV já havia proposto um dia de trégua global, declarando-se "entristecido" com a guerra na Ucrânia. Hoje, na bênção Urbi et Orbi, o pontífice pediu que Kiev e Moscou encontrem coragem para dialogar de forma sincera, direta e respeitosa.
Em seguida, mencionou conflitos que vão da Birmânia à República Democrática do Congo, passando pelo Sudão, Mali, Síria e Haiti. O papa rezou por "aqueles que sofrem por causa da injustiça, da instabilidade política, da perseguição religiosa e do terrorismo".
Ao citar 15 países, o pontífice destacou "aqueles que não têm mais nada e perderam tudo, como os habitantes de Gaza", e "aqueles que enfrentam a fome e a pobreza, como o povo iemenita".
"Absurdo dos discursos bélicos"
Mais cedo, em sua homilia na Missa de Natal, o papa denunciou o que chamou de "absurdo dos discursos bélicos" e as feridas abertas pelas guerras no mundo. Diante de milhares de fiéis na Basílica de São Pedro, Leão XIV também lamentou as condições de vida da população palestina, lembrando que muitas pessoas estão vivendo em barracas, expostas ao frio e à chuva na Faixa de Gaza.
Embora tenha se diferenciado de seu antecessor, Francisco, por um estilo mais discreto e menos político, o papa americano vem denunciando repetidamente a situação dos palestinos. No mês passado, afirmou a jornalistas que a criação de um Estado palestino continua sendo a única solução para uma paz duradoura no Oriente Médio.
Este Natal no Vaticano também ficará marcado pela retomada da celebração da missa do dia 25 de dezembro pelo papa. Antes de Leão XIV, a última Missa de Natal presidida por um pontífice foi em 1994, com João Paulo II.
Com AFP