Ficou para trás o tempo em que Pequim "abastecia o mundo de roupas descartáveis, brinquedos de plástico ruim e aspiradores que estragam em dois meses". Depois de "tanto copiar" o melhor da engenharia americana e europeia, o país "hoje é potência nos setores-chave do século 21", constata o editorial da Nouvel Obs.
A Le Point traz uma longa entrevista com o escritor sino-canadense Dan Wang, especialista em novas tecnologias e na China contemporânea. À semanal, ele adverte: "O Ocidente se encontra na posição em que a China estava 30 anos atrás".
O acadêmico, que trabalhou na Universidade de Yale antes de se tornar pesquisador associado na Hoover Institution da Universidade de Stanford, compilou milhares de dados para mostrar de onde veio e, principalmente, para onde vai a China de hoje.
Em editorial, a revista lembra que, "enquanto isso, o debate político na Europa gira em como retroceder no tempo, como se isso pudesse restaurar a antiga preeminência" do Velho Continente.
'Quando a China despertar, o mundo tremerá'
A Nouvel Obs relembra as palavras "proféticas" de um best-seller de 1973, do diplomata e escritor francês Alain Peyrefitte: "Quando a China despertar, o mundo tremerá". Chegamos nesse ponto, e não apenas economicamente", indica o editorial.
"Diante de um presidente americano febril e errático, obcecado por acordos imediatistas, Xi Jinping tem fortes argumentos para projetar sua força discreta e apresentar seu 'Império do Meio' como um pilar de estabilidade na nova desordem internacional", afirma o texto.
A edição especial da revista recapitula a História para demonstrar o quanto o "imperialismo chinês vem de longe, muito longe". "O novo imperador da China, que reina desde 2012, está cada vez mais entronizado como senhor do mundo do futuro", avalia a Le Nouvel Obs.