Imigração líquida no Reino Unido cai 69% em um ano após governo restringir vistos

A imigração líquida (diferença entre o número de entradas e o de saídas de pessoas) para o Reino Unido caiu quase 69% em um ano, até o final de junho de 2025, segundo o Escritório Nacional de Estatísticas (ONS) nesta quinta-feira (27). A queda é consequência das restrições aos vistos de trabalho e estudo introduzidas antes da chegada do Partido Trabalhista ao poder em 2024.

27 nov 2025 - 13h12

O saldo migratório líquido entre julho de 2024 e junho de 2025 foi de 204.000, contra 649.000 no ano anterior.

Uma pessoa passa por um outdoor com a imagem do rapper Stormzy, parte da campanha "Thank God For Immigrants" (Agradeça a Deus pelos Imigrantes) do grupo ativista Everyone Hates Elon, que celebra ícones imigrantes da cultura britânica, em Londres, Reino Unido, em 30 de outubro de 2025.
Uma pessoa passa por um outdoor com a imagem do rapper Stormzy, parte da campanha "Thank God For Immigrants" (Agradeça a Deus pelos Imigrantes) do grupo ativista Everyone Hates Elon, que celebra ícones imigrantes da cultura britânica, em Londres, Reino Unido, em 30 de outubro de 2025.
Foto: REUTERS - Hiba Kola / RFI

Esses números, ainda provisórios, confirmam o declínio na imigração líquida, em grande parte devido às políticas do governo conservador anterior de Rishi Sunak, no poder até julho de 2024.

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O ex-primeiro-ministro endureceu as condições para residência permanente no Reino Unido, proibindo o reagrupamento familiar para estudantes estrangeiros e para trabalhadores empregados no setor de saúde, além de aumentar o salário mínimo exigido para um visto de trabalho.

O governo trabalhista de Keir Starmer deu continuidade a essa política, elevando os requisitos de renda para vistos de estudante e os níveis de qualificação para certas ocupações que permitem vistos de trabalho.

"A imigração líquida está no nível mais baixo desde 2021", enfatizou Mary Gregory, diretora de Dados Populacionais do ONS (Escritório Nacional de Estatísticas).

Os números referentes ao ano de 2025 serão publicados em maio de 2026.

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A ministra do Interior, Shabana Mahmood, comemorou essa redução e prometeu "ir além, pois o ritmo e o nível da imigração estão criando uma imensa pressão sobre nossas comunidades locais".

Aumento dos pedidos de asilo

Além disso, o Ministério do Interior também publicou suas próprias estatísticas de migração na quinta-feira, referentes ao período de outubro de 2024 a setembro de 2025.

Segundo o documento, 51.000 pessoas chegaram ao país de forma irregular durante esse período, incluindo 46.000 em pequenas embarcações vindas da França. Os pedidos de asilo aumentaram 13% em relação ao ano anterior, chegando a 111.000.

Trinta e dois por cento dos requerentes de asilo, ou 36.273 pessoas, foram alojados em hotéis, um aumento de 2% em um comparativo com o ano anterior. Esse tipo de acomodação é amplamente criticado e provocou protestos em algumas cidades. O governo trabalhista prometeu eliminá-lo gradualmente até 2029 e usar, como alojamento, instalações militares.

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Este mês, o governo também anunciou um endurecimento de sua política de asilo e um aumento nas deportações de migrantes ilegais (um aumento de 22% entre outubro de 2024 e setembro de 2025), na esperança de desencorajar a chegada de imigrantes.

Em julho, Londres assinou um acordo com Paris prevendo a troca de migrantes na proporção de "um por um". Até o momento, 153 pessoas foram devolvidas à França e 134 foram aceitas no Reino Unido, informou o Ministério do Interior francês nesta quinta-feira.

Com AFP

A RFI é uma rádio francesa e agência de notícias que transmite para o mundo todo em francês e em outros 15 idiomas.
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