França investiga plano terrorista ligado a Salah Abdeslam, condenado pelos ataques de 2015

A menos de uma semana da data que marca os dez anos dos atentados de 13 de novembro em Paris e arredores, a Justiça francesa investiga suspeita de conspiração terrorista ligada a Salah Abdeslam, o único sobrevivente dos comandos jihadistas que agiram na capital. Três pessoas estão sob custódia, incluindo a companheira dele. Neste sábado (8), a Procuradoria Nacional Antiterrorista (PNAT) anunciou que a investigação foi ampliada para incluir o crime de conspiração terrorista para cometer um crime contra pessoas.

8 nov 2025 - 11h33

A menos de uma semana da data que marca os dez anos dos atentados de 13 de novembro em Paris e arredores, a Justiça francesa investiga suspeita de conspiração terrorista ligada a Salah Abdeslam, o único sobrevivente dos comandos jihadistas que agiram na capital. Três pessoas estão sob custódia, incluindo a companheira dele. Neste sábado (8), a Procuradoria Nacional Antiterrorista (PNAT) anunciou que a investigação foi ampliada para incluir o crime de conspiração terrorista para cometer um crime contra pessoas.

Salah Abdeslam no julgamento dos atentados de 2016 em Bruxelas. Em 25 de julho de 2023. Na França, ele foi condenado a prisão perpétua pelos ataques terroristas de 13 de novembro de 2015.
Salah Abdeslam no julgamento dos atentados de 2016 em Bruxelas. Em 25 de julho de 2023. Na França, ele foi condenado a prisão perpétua pelos ataques terroristas de 13 de novembro de 2015.
Foto: AFP - BENOIT DOPPAGNE / RFI

Na quinta-feira (13), a França fará um dia de homenagem às vítimas dos atentados de 13 de novembro de 2015, que mataram 130 pessoas e feriram centenas em Paris e em Saint-Denis, na região metropolitana.

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Condenado pela Justiça francesa à prisão perpétua sem possibilidade de liberdade condicional e encarcerado na penitenciária de Vendin-le-Vieil (Pas-de-Calais) por sua participação nos atentados, Salah Abdeslam foi detido na terça-feira e depois novamente na sexta-feira (7), como parte de uma investigação aberta em janeiro de 2025 sobre a posse ilegal de um pendrive na prisão.

Segundo a Procuradoria, os detidos são investigados por suspeita de receptação. A advogada de Salah Abdeslam, Olivia Ronen, recusou-se a comentar o fato, alegando sigilo da investigação.

O tribunal invocou um artigo do Código de Processo Penal que prevê a prorrogação excepcional da prisão preventiva além de 96 horas em casos de "risco grave de ataque terrorista iminente na França ou no exterior" ou se "as necessidades da cooperação internacional o exigirem imperativamente". Essa medida, que requer autorização de um juiz, é raramente utilizada pelas autoridades antiterroristas.

A companheira de Salah Abdeslam, identificada pelo jornal Le Parisien como Maëva B., de 27 anos, está entre os detidos. Segundo relatos, ela mantinha correspondência de longa data com o prisioneiro, antes de ser autorizada a encontrá-lo. Ela está sob custódia policial por receptação de contrabando pertencente a um prisioneiro e por conspiração terrorista.

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Preso tem acesso limitado a computador

Uma fonte do sindicato dos presos disse à AFP na quinta-feira que "foram encontradas conexões de pendrive" no computador de Salah Abdeslam, que ele tinha permissão legal de uso, mas de forma limitada, para "fazer cursos".

Este pendrive, que, segundo o Le Parisien, teria sido usado para transferir propaganda jihadista para o computador de Salah Abdeslam, "não foi encontrado", de acordo com a fonte do sindicato.

Por ser considerado preso de alta periculosidade, Abdeslam está sujeito a "mudanças regulares de cela", durante as quais são realizadas verificações sistemáticas de seus pertences.

"Sob a minha autoridade, a administração penitenciária reportou abusos cometidos por vários detentos, incluindo, já no início de janeiro, a utilização de um pendrive USB por Salah Abdeslam", afirmou neste sábado o ministro do Interior francês, Gérald Darmanin. "Alguns dias depois, foi aberta uma investigação pelo gabinete do procurador antiterrorismo", acrescentou.

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Em entrevista à AFP publicada, o procurador nacional antiterrorismo, Olivier Christen, afirmou que a ameaça jihadista é "a mais significativa, tanto em termos de escala quanto do nível de preparação envolvido na realização de ataques" e tem "aumentado" nos últimos três anos.

(Com AFP)

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