Donetsk, reduto dos separatistas pró-Rússia, foi alvo de novos bombardeios no Dia da Independência da Ucrânia. Um hospital foi atingido, mas o atentado não deixou vítimas. Os poucos funcionários presentes conseguiram retirar as dezenas de pacientes.
Enquanto isso, milhares de ucranianos se reuniram no centro de Kiev para acompanhar o desfile militar, o primeiro desde 2009.
"Estou convencido de que a batalha pela Ucrânia, pela independência, será um sucesso", afirmou o presidente Petro Poroshenko à multidão, em um discurso antes do desfile.
"A guerra chegou até nós por cima do horizonte, de onde nunca esperávamos" disse, em referência a Rússia.
"No século XXI, no centro da Europa, há uma tentativa flagrante de violar a fronteira de um Estado soberano sem declarar a guerra", disse. "É como se o mundo tivesse retornado aos anos 30, às vésperas da Segunda Guerra Mundial".
Poroshenko prometeu destinar 40 bilhões de grivnas (quase três bilhões de dólares) para rearmar nos próximos três anos o exército. O investimento é "apenas o início humilde" do renascimento do exército ucraniano, completou. O dinheiro será usado para comprar aviões, navios e helicópteros, disse.
A multidão, com roupas tradicionais e bandeiras nos ombros, cantou o hino ucraniano ao mesmo tempo que era hasteada a bandeira da Ucrânia na praça da Independência, conhecida pelo nome de Maidan.
A praça foi o epicentro dos protestos dos manifestantes pró-Europa que resultaram na queda do presidente pró-Moscou Viktor Yanukovytch em fevereiro.
Em Donetsk, reduto dos separatistas, os insurgentes prepararam o próprio "desfile", com material militar roubado do exército ucraniano.
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