O Exército chinês "utiliza destróieres, fragatas, caças, bombardeiros e drones" nesses exercícios, que incluem "disparos com munição real contra alvos marítimos", detalhou o comando chinês da região. "Qualquer manobra mal-intencionada para impedir a reunificação da China está fadada ao fracasso", afirmou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Lin Jian, em coletiva de imprensa.
"As forças externas que tentam usar Taiwan para conter a China e armá-la apenas vão encorajar a arrogância dos partidários da independência e empurrar o estreito de Taiwan para uma situação perigosa de guerra iminente", acrescentou.
Taiwan disse ter mobilizado "forças apropriadas", acrescentando que suas tropas realizaram "um exercício de resposta rápida". Taiwan anunciou nesta segunda-feira ter detectado 89 aviões militares chineses, além de 28 navios de guerra e embarcações da guarda costeira, próximos à ilha, após o início das manobras de Pequim, informou o Ministério da Defesa taiwanês.
Esse é o maior número de aeronaves militares chinesas registradas em um único dia desde 15 de outubro de 2024. Pequim considera Taiwan parte de seu território e ameaça usar a força militar para tomar a ilha.
As tensões no estreito cresceram após a venda maciça de armas dos EUA a Taipé em meados de dezembro — a segunda desde o retorno de Donald Trump ao governo — no valor total de US$ 11,1 bilhões, o maior montante desde 2001. A China respondeu na semana passada com sanções a 20 empresas americanas de defesa.
Essa demonstração de força em larga escala ocorre após semanas de disputa diplomática entre Pequim e Tóquio sobre a ilha. A primeira-ministra japonesa, Sanae Takaichi, sugeriu, em novembro, que seu país poderia intervir militarmente em caso de ataque contra Taiwan — declaração que provocou a ira da China.
'Superioridade global'
"A partir de 29 de dezembro, o Comando das zonas orientais do EPL (Exército Popular de Libertação) mobiliza tropas do Exército, da Marinha, da Força Aérea e da Força de Mísseis para realizar exercícios conjuntos chamados 'Missão Justiça 2025'", explicou pela manhã um comunicado do coronel Shi Yi, porta-voz do comando chinês.
As forças de Pequim vão se concentrar em "patrulhas de preparação para combate aéreo e marítimo, conquista conjunta da superioridade global, bloqueio de portos e áreas-chave, além de dissuasão multidimensional", detalhou o militar.
Em comunicado separado, um mapa mostra cinco zonas ao redor de Taiwan onde "disparos com munição real serão realizados" das 8h às 18h de terça-feira (0h às 10h GMT). "Por razões de segurança, recomenda-se que qualquer navio ou aeronave que não esteja envolvido não entre nas águas e no espaço aéreo mencionados", diz o texto.
"Em resposta ao desprezo das autoridades chinesas pelo direito internacional e ao uso da intimidação militar para ameaçar países vizinhos, Taiwan expressa sua firme condenação", reagiu a porta-voz da presidência taiwanesa, Karen Kuo.
A guarda costeira da ilha detectou quatro embarcações chinesas perto das águas ao largo das costas norte e leste de Taiwan nesta segunda-feira, acrescentando que "mobilizou imeditamente navios para se posicionar nas áreas afetadas" e "enviou unidades de apoio adicionais".
Os exercícios desta semana são "um sério aviso às forças separatistas da 'independência de Taiwan' e constituem uma ação legítima e necessária para preservar a soberania e a unidade nacional da China", afirmou Shi Yi.
Navios chineses devem "se aproximar da ilha de Taiwan a curta distância, vindos de diferentes direções", acrescentou. Os últimos exercícios com disparos reais ao redor de Taiwan ocorreram em abril, manobras-surpresa condenadas por Taipé.
Com agências