Caças venezuelanos sobrevoam navio norte-americano: 'Ação altamente provocativa', dizem EUA

Episódio acontece dois dias após ataque que matou 11 pessoas a bordo de embarcação saída da Venezuela

5 set 2025 - 07h30
(atualizado às 10h12)
Resumo
Caças venezuelanos sobrevoaram um navio norte-americano no Caribe em uma ação considerada "altamente provocativa" pelos EUA, aumentando tensões após um ataque americano contra uma embarcação venezuelana suspeita de narcotráfico.
USS Jason Dunham
USS Jason Dunham
Foto: Marinha dos Estados Unidos

Dois caças F-16 da Venezuela sobrevoaram o destróier USS Jason Dunham, da Marinha dos Estados Unidos, nesta quinta-feira, 4, em águas internacionais no Caribe. O episódio, classificado como uma "ação altamente provocativa" pelo Pentágono, elevou a tensão entre Washington e Caracas.

O incidente ocorre apenas dois dias após um ataque norte-americano que matou 11 pessoas a bordo de uma embarcação saída da Venezuela, acusada pelo governo de Donald Trump de transportar narcóticos ilegais. A operação foi parte de uma ofensiva contra o grupo criminoso Tren de Aragua, designado como organização terrorista pelos EUA no início de 2025.

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O Departamento de Defesa comparou o governo de Nicolás Maduro a um "cartel do narcotráfico", acusação que Caracas nega. "O cartel que comanda a Venezuela foi fortemente advertido a não tentar obstruir operações antidrogas e antiterrorismo conduzidas pelos EUA", disse a nota oficial.

Em uma publicação no X (antigo Twitter), o Departamento de Defesa afirmou que o sobrevoo do USS Jason Dunham é uma "ação altamente provocativa". "O cartel que controla a Venezuela é fortemente advertido a não tentar, de nenhuma forma, obstruir, dissuadir ou interferir nas operações de combate ao narcotráfico e ao terrorismo conduzidas pelas forças militares dos Estados Unidos", publicou o Pentágono.

A embarcação é um dos ao menos sete navios de guerra norte-americanos atualmente deslocados para a região. Ela transporta mais de 4,5 mil marinheiros e fuzileiros navais. 

A decisão americana de destruir a embarcação suspeita, em vez de apreendê-la e prender sua tripulação, foi considerada incomum e comparada a operações militares contra grupos como a Al Qaeda. O secretário de Defesa, Pete Hegseth, defendeu a ação e prometeu novas ofensivas. "O envenenamento do povo americano acabou", declarou.

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Dentro dos Estados Unidos, no entanto, as medidas receberam críticas. A deputada democrata Ilhan Omar acusou Trump de agir de forma "ilegal" e de ignorar a autoridade constitucional do Congresso em assuntos de guerra e paz. "O simples fato de rotular um grupo como terrorista não dá a qualquer presidente carta branca para iniciar ataques militares", disse.

Até o momento, o Ministério das Comunicações da Venezuela não se pronunciou sobre o episódio.

Fonte: Redação Terra
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