Atualização de SUV da Tesla começa com dificuldades

13 mai 2025 - 11h45
(atualizado às 18h29)

Os investidores da Tesla depositaram suas esperanças em uma atualização do principal SUV compacto da empresa para impulsionar as vendas, mas as ofertas de financiamento com juros baixos para o Model Y e sua ampla disponibilidade sugerem que essa expectativa não é realista.

A fabricante de veículos elétricos está oferecendo financiamentos de até 0% para a nova versão do Model Y. Embora outras montadoras, incluindo a Kia e a General Motors , estejam com ofertas semelhantes para alguns modelos elétricos, ofertas desse tipo poucas semanas após o lançamento de um modelo são raras.

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Os primeiros sinais de baixa demanda pelo Model Y reestilizado, que foi lançado em janeiro, surgem em meio à forte concorrência e à resistência de consumidores às posições políticas divisivas do presidente-executivo da Tesla, Elon Musk.

"Por que você daria descontos e teria tantos incentivos logo de cara?", questionou Loren McDonald, analista-chefe da empresa de dados sobre veículos elétricos Paren. "Isso simplesmente não faz sentido quando suas margens já estão nos níveis mais baixos em anos. Isso sugere fortemente que há um problema de demanda".

Os dados de vendas globais do Model Y atualizado ainda não estão disponíveis, levando os analistas a buscarem pistas sobre como a Tesla está comercializando o veículo e se ele parece estar em falta no mercado.

O abastecimento não está escasso. A versão renovada está disponível de imediato em muitas partes do mundo, com algumas unidades já nos estoques da Tesla. Isso contrasta fortemente com a longa espera normalmente observada para o Model Y anterior, que foi o carro mais vendido do mundo no ano passado.

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As vendas gerais da montadora continuaram em queda em abril nos principais países europeus, segundo dados divulgados neste mês. Na China, as vendas caíram mais de 8% no mês passado, de acordo com números da Associação Chinesa de Carros de Passeio divulgados no domingo.

Um início lento -- que a Tesla atribuiu à necessidade de readequação de suas fábricas para a atualização -- aumenta a pressão sobre a empresa para lançar os modelos mais baratos que prometeu há tempos.

Após a Tesla reportar sua primeira queda nas entregas anuais no ano passado, Musk revisou sua previsão de aumento de 30% nas vendas de veículos para este ano e afirmou que a Tesla voltaria a crescer. Em abril, a empresa disse que revisaria essa previsão em três meses, à luz da "mudança na política comercial global".

Depois de uma queda de 13% nas vendas de veículos no primeiro trimestre, analistas esperam que as entregas da Tesla recuem novamente neste ano.

A adesão de Musk à política de extrema-direita na Europa e seu trabalho como aliado do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, cortando empregos federais e ajuda humanitária, afastaram a base de clientes da Tesla, em grande parte liberal. Isso também provocou protestos globais e, segundo dados, um número recorde de trocas de veículos.

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O próprio Musk afirma que não há uma retração na demanda, exceto algumas causadas por preocupações econômicas mais amplas. No entanto, o chefe financeiro da Tesla, Vaibhav Taneja, disse no mês passado que "a hostilidade indesejada em relação à nossa marca e ao nosso pessoal teve um impacto em certos mercados".

A Tesla não respondeu a um e-mail solicitando comentários.

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