Coreia do Norte pede liberação de navio com armas de Cuba

18 jul 2013 - 09h52
(atualizado às 09h58)
As imagens reproduzidas na televisão local mostraram parte das armas achadas, uns artefatos grandes e alongados de cor verde, arrematados com uma ponta cônica, que estavam ocultos sob as lonas
As imagens reproduzidas na televisão local mostraram parte das armas achadas, uns artefatos grandes e alongados de cor verde, arrematados com uma ponta cônica, que estavam ocultos sob as lonas
Foto: EFE

Pyongyang se pronunciou nesta quinta-feira pela primeira vez sobre o navio norte-coreano retido no Panamá para exigir a liberação da embarcação, de sua tripulação e das armas procedentes de Cuba cujo envio, assegurou, corresponde a um "contrato legítimo" entre as partes.

Através de um comunicado assinado por um porta-voz do Ministerio das Relações Exteriores e divulgado pela agência estatal KCNA, o regime de Kim Jong-un aderiu à versão de Havana de que a embarcação, retida pelas autoridades panamenhas, levava armamento russo antigo para ser reparado na Coreia do Norte e que depois seria devolvido à Havana.

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O regime de Pyongyang, que exigiu a liberação "sem demora" da embarcação e de seus 35 tripulantes, defendeu a legalidade do envio afirmando que existe um "contrato legítimo" com Cuba e acusou o Panamá de "assaltar" o navio "sob o pretexto de buscar drogas" que não foram encontradas.

A embarcação norte-coreana "Chong Chon Gang" permanece sob investigação desde a segunda-feira passada, quando as autoridades panamenhas encontraram material bélico oculto em contêineres com 10 mil toneladas de açúcar, o que seria uma violação das resoluções da ONU que proíbem Pyongyang de comerciar armamento.

As autoridades do Panamá prosseguem suas investigações sobre o caso e no dia 5 de agosto chegará ao país uma comissão de especialistas da ONU para analisar o armamento.

Havana e Pyongyang se defendem afirmando que a carga do Chong Chon Gang é legítima, pois se trata do envio de peças obsoletas para serem reparadas e posteriormente devolvidas.

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No entanto, o Panamá revelou que a embarcação só declarou, na sua entrada, a carga de açúcar e omitiu o material bélico, por isso as autoridades panamenhas consideram que se trata de um caso de "contrabando", e criticou Cuba por não ter declarado previamente o armamento oculto nos porões da embarcação.

O governo dos Estados Unidos recebeu um pedido de assistência das autoridades panamenhas e está disposto a cooperar "da melhor forma possível", disse uma porta-voz do Departamento de Estado, que anunciou conversas com Cuba sobre o caso.

Na Coreia do Sul, o governo descartou hoje formular "hipóteses prematuras" sobre o armamento encontrado no navio do Norte, mas declarou que espera que o Panamá e o Comitê de Sanções do Conselho de Segurança da ONU "avancem de maneira rápida e eficaz com os procedimentos" relativos ao caso.

O regime norte-coreano está expressamente proibido de comerciar armamentos em virtude das diversas resoluções estabelecidas pela ONU como punição aos testes nucleares e de mísseis de longo alcance do país comunista.

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Desde a primeira, emitida em 2006, até a última, em março deste ano, as resoluções da ONU intensificaram tanto as restrições sobre o comércio de armas da Coreia do Norte como as inspeções de seus navios, além do congelamento de ativos supostamente relacionados com seu programa de mísseis.

  
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