As Forças Armadas dos Estados Unidos mataram 14 pessoas em uma série de ataques contra quatro embarcações suspeitas de envolvimento com o tráfico de drogas no oceano Pacífico. A informação foi confirmada nesta terça-feira (28) pelo secretário da Defesa norte-americano, Pete Hegseth. Com os novos ataques, sobe para pelo menos 57 o número de mortos na campanha antidrogas conduzida por Washington.
A ofensiva militar, iniciada no começo de setembro sob o governo de Donald Trump, já destruiu ao menos 14 embarcações nas regiões do Caribe e do Pacífico. Especialistas internacionais têm classificado os ataques como ilegais, por ocorrerem em águas internacionais e sem autorização de organismos multilaterais.
"Um total de 14 narcoterroristas foram eliminados (...), com um sobrevivente. Todos os ataques ocorreram em águas internacionais, sem causar danos às forças americanas", declarou Hegseth em publicação na rede social X, referindo-se às ações realizadas na segunda-feira (27).
Segundo o chefe do Pentágono, os serviços de inteligência dos EUA identificaram previamente as embarcações, que navegavam por rotas conhecidas do tráfico e transportavam substâncias ilícitas. A postagem foi acompanhada de um vídeo que mostra os ataques: o primeiro alvo foram duas embarcações atracadas lado a lado; os demais atingiram barcos em alta velocidade em mar aberto.
Hegseth informou ainda que o Comando Sul dos Estados Unidos iniciou imediatamente buscas pelo único sobrevivente, com apoio das autoridades mexicanas, que "aceitaram o caso e assumiram a responsabilidade de coordenar o resgate". O secretário não detalhou se o sobrevivente foi localizado ou qual seu estado de saúde.
"Nós vamos rastreá-los, conectá-los com redes e, em seguida, caçá-los e eliminá-los", afirmou Hegseth, reforçando a postura agressiva do governo Trump contra o narcotráfico.
Como parte da campanha, os Estados Unidos reforçaram sua presença militar na América Latina, mobilizando sete navios de guerra da Marinha, caças F-35 e o grupo de ataque do porta-aviões USS Gerald R. Ford.
A escalada militar tem gerado tensão na região. O governo da Venezuela acusa Washington de conspirar para derrubar o presidente Nicolás Maduro. Segundo Caracas, a Casa Branca estaria tentando "fabricar um conflito" como justificativa para uma possível invasão.
Com AFP