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General do Exército diz à PF que Bolsonaro lhe apresentou duas minutas de golpe

Depoimento do general Freire Gomes corresponde com apreensão feita pela PF no gabinete de Jair Bolsonaro

5 mar 2024 - 10h33
(atualizado às 12h07)
Jair Bolsonaro apresentou minuta de golpe, afirma Freire Gomes
Jair Bolsonaro apresentou minuta de golpe, afirma Freire Gomes
Foto: Wilton Júnior/Estadão / Estadão

O depoimento do general Marco Antonio Freire Gomes à Polícia Federal (PF) traz novas revelações sobre a tentativa de golpe em 8 de janeiro do ano passado. Isso porque, segundo ele, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, teriam apresentado dois documentos com a minuta dos atos golpistas. 

Freire Gomes foi ouvido pela PF na última sexta-feira, 1, e a conversa chamou a atenção por implicar diretamente o ex-presidente na trama. Quem também confirmou a ação de Jair Bolsonaro às autoridades foi o brigadeiro Carlos de Almeida Batista Jr. As informações são da jornalista Míriam Leitão, do jornal O Globo

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Os depoimentos correspondem com a apreensão realizada pela PF no gabinete de Bolsonaro dentro da sede do Partido Liberal (PL). Durante a ação, a polícia encontrou a minuta citada por Freire Gomes, o que comprovaria a declaração dada pelo militar. 

Segundo o relato do general, Bolsonaro não só apresentou a minuta pessoalmente como também chamou o general Estevam Theophilo no Alvorada para mostrar o "firme propósito de implementar o que estava escrito". Theophilo é comandante do Coter, o comando das Operações Terrestres.

Às autoridades, Theophilo disse que foi à reunião no Palácio a mando de Freire Gomes. No entanto, o próprio Freire Gomes negou a informação para a PF, e disse que a ordem não partiu dele. 

Segundo o jornal O Globo, o depoimento é esclarecedor, mas existe dúvida em torno do general. Por exemplo, a PF deve buscar o motivo pelo qual ele não denunciou o que estava sendo preparado, nem se mobilizou para desfazer os acampamentos que estavam sendo colocados diante dos quartéis. 

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Por um lado, a versão apresentada pelos militares defende que havia um parecer jurídico que considerava  desfazer os acampamentos um caso de segurança pública e não uma atribuição do Exército. Por outro, há indícios de que os próprios militares chegaram a enviar tropas para impedir a retirada dos acampados que pediam o golpe de estado. 

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Mauro Cid e próximos passos

Com os depoimentos de Freire Gomes e Carlos de Almeida Batista Jr, a última fase da busca e apreensão, a análise dos celulares e a delação do ajudante de ordens Mauro Cid vai se confirmando. O tenente-coronel ainda deve ser convidado a prestar depoimento mais uma vez.

Cid está envolvido em várias investigações, incluindo o caso das vacinas, que tem previsão de terminar nos próximos quinze dias. Neste processo, ele deve ser indiciado na fraude dos certificados de vacinação, assim como o ex-presidente e outros envolvidos. Junto a Bolsonaro, o ajudante de ordens também responderá no caso das joias. 

Tenente-Coronel Mauro Cid deve ser indiciado com Bolsonaro
Foto: Geraldo Magela/Agencia Senado / Estadão

A mais relevante das três investigações, claro, é a da conspiração para um golpe militar no Brasil. Ao que tudo indica, o indiciamento dos culpados não deve demorar muito. Segundo Míriam Leitão, a expectativa é de que essa fase se inicie ainda no meio do ano. 

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Fonte: Redação Terra
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