Governadores do Nordeste convidam Nelson Teich para reunião

Estratégia é construir uma relação direta com ministro da Saúde para evitar atritos com o presidente Jair Bolsonaro

17 abr 2020 - 18h38
(atualizado às 18h47)
O governador da Bahia, Rui Costa (PT), é o presidente do Consórcio Nordeste, lançado em julho pelos governadores
O governador da Bahia, Rui Costa (PT), é o presidente do Consórcio Nordeste, lançado em julho pelos governadores
Foto: Fernando Vivas/Governo da Bahia / BBC News Brasil

Os governadores dos nove estados da região Nordeste enviaram nesta sexta-feira (17), um convite ao novo ministro da Saúde, Nelson Teich, para discutir políticas de controle à pandemia do novo coronavírus.

Na pauta dos governadores estão os repasses de verbas da União para os Estados, abertura de novos leitos de UTIs e aquisição de equipamentos médicos.

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A maioria dos mandatários da região é de partidos de oposição ao governo Jair Bolsonaro. Em várias oportunidades eles reclamaram de demora nos repasses e questionaram os critérios para distribuição dos R$ 8 bilhões anunciados pelo ex-ministro Luiz Henrique Mandetta para a área da saúde.

Além disso, estes Estados têm reclamado da concorrência com o governo federal na compra de equipamentos de proteção (EPIs), testes e respiradores. Com base em uma lei aprovada há duas semanas, o governo federal tem requisitado a totalidade dos equipamentos produzidos no Brasil, deixando aos estados apenas a opção de comprar no exterior, onde enfrentam a concorrência de países como os EUA.

Também nesta sexta-feira, o Consórcio do Nordeste enviou ao governo federal a sugestão de que os cerca de 15 mil brasileiros que cursaram medicina no exterior e aguardam a validação de seus diplomas sejam incorporados ao Sistema Único de Saúde (SUS) e possam fazer parte de uma brigada emergencial de combate à covid-19.

Também deve entrar na pauta da reunião, caso Teich aceite o convite, qual será a postura do novo ministro em relação às medidas de distanciamento social adotadas no último mês e alvo de críticas do presidente Bolsonaro.

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Na prática, segundo um mandatário ouvido pelo Estado, os governadores querem construir uma relação direta com Teich evitando as disputas políticas com Bolsonaro, que tem tratado os Estados como adversários desde o início da crise.

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