Em meio a um clima de tensão com o governo, o presidente do PMDB, senador Valdir Raupp (PMDB-RO), afirmou nesta quinta-feira que a possível indicação do atual presidente do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), Ângelo Oswaldo, para o cargo de ministro do Turismo “não pacifica” a bancada do PMDB. Segundo ele, os parlamentares mineiros filiados ao partido não querem indicar um nome para a pasta, hoje ocupada por Gastão Vieira, que disputará reeleição como deputado federal.
Na avaliação de Raupp, “vai demorar um pouco” até que a relação entre o PT e o PMDB volte ao clima de harmonia por um “conjunto de fatores” que sustentam a insatisfação peemedebista. No momento, a presidente Dilma Rousseff faz os acertos finais com o vice-presidente da República e o presidente de honra do PMDB, Michel Temer. A parcela de cargos do PMDB na reforma ministerial deve ser definida ainda hoje. Segundo Raupp, as posses dos novos ministros também está sendo decidida no encontro e pode ficar para esta sexta-feira ou para a próxima segunda-feira.
Entre os pontos de divergência entre os partidos estão não só os cargos de ministro (no início da discussão, o PMDB queria aumentar seu espaço no governo), mas também alianças regionais entre os partidos e a liberação de emendas parlamentares. De acordo com o presidente do PMDB, a tensão sobre as alianças regionais “vai dar uma melhorada” quando forem feitas as definições sobre as chapas para o governo de 12 ou 13 Estados. Em até nove deles, o PMDB tem expectativa de encabeçar a candidatura e apoiar as demais de candidatos petistas.
Os ministérios que devem ser mudados do PMDB são os do Turismo e o da Agricultura. Ontem, o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Neri Geller, anunciou que foi convidado pela presidente para ser titular da pasta. A escolha dele, segundo Raupp, agrada ao partido.