Qualquer decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes sobre o local onde o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) será preso terá consequências políticas e servirá para alimentar narrativas políticas, seja da direita ou da esquerda, avalia a nova colunista do Estadão, Raquel Landim. A jornalista estreia nesta quarta-feira, 12, no site do jornal e, na sexta-feira, 14, na edição impressa.
"Como um caso que envolve um ex-presidente da República ele é político por essência, qualquer decisão que se toma nesse caso, até mesmo o local onde Bolsonaro vai ser preso, tem consequências políticas", afirmou Landim na live de apresentação da sua coluna (assista ao vídeo acima).
Segundo ela, a escolha do local caberá a Alexandre de Moraes, ministro relator do caso, após o fim do julgamento, e é uma decisão de caráter discricionário. Entre as opções, estão o presídio da Papuda, uma sala da Polícia Federal ou um quartel do Exército.
"Qualquer opção dessas que o Moraes escolher vai ser utilizada por uma narrativa política, seja da direita, seja da esquerda, e isso vai estar no meio do processo político brasileiro. Qualquer opção que o ministro Moraes escolher tem consequências políticas. Não é uma escolha simples, não é uma escolha que não tem um custo político."
A jornalista explica que, em sua coluna de estreia, discute o dilema do ministro Alexandre de Moraes: decidir entre uma prisão considerada "privilegiada", em uma sala da Polícia Federal, optar por uma cela no Exército, o que parte da sociedade pode ver como uma punição branda para um crime tão grave, ou enviar Bolsonaro para um presídio comum, como a Papuda, medida que, segundo ela, poderia colaborar com o discurso de vitimização já explorado por aliados dele.
Com ampla experiência nas coberturas política e econômica, Raquel Landim faz sua terceira passagem pelo Estadão. A jornalista atuou no jornal entre 2009 e 2013 como repórter de Economia e Negócios, voltou mais tarde como colunista da editoria de Economia e agora retorna para escrever nas páginas de Política, mas reunindo os dois temas que marcam sua trajetória. "Vou sempre misturar um pouquinho da política com a economia, porque acho que os assuntos estão intimamente ligados", disse.