Raquel Landim: Decisão de Moraes sobre local da prisão de Bolsonaro terá consequências políticas

Nova colunista estreia no 'Estadão' analisando o dilema de Alexandre de Moraes e o impacto da escolha do local da prisão do ex-presidente

11 nov 2025 - 16h26
(atualizado às 16h55)

Qualquer decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes sobre o local onde o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) será preso terá consequências políticas e servirá para alimentar narrativas políticas, seja da direita ou da esquerda, avalia a nova colunista do Estadão, Raquel Landim. A jornalista estreia nesta quarta-feira, 12, no site do jornal e, na sexta-feira, 14, na edição impressa.

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"Como um caso que envolve um ex-presidente da República ele é político por essência, qualquer decisão que se toma nesse caso, até mesmo o local onde Bolsonaro vai ser preso, tem consequências políticas", afirmou Landim na live de apresentação da sua coluna (assista ao vídeo acima).

Ministro Alexandre de Moraes decidirá onde Bolsonaro ficará preso
Ministro Alexandre de Moraes decidirá onde Bolsonaro ficará preso
Foto: Wilton Junior/Estadão / Estadão

Segundo ela, a escolha do local caberá a Alexandre de Moraes, ministro relator do caso, após o fim do julgamento, e é uma decisão de caráter discricionário. Entre as opções, estão o presídio da Papuda, uma sala da Polícia Federal ou um quartel do Exército.

A nova colunista do Estadão Raquel Landim
Foto: Tiago Queiroz/Estadão / Estadão

"Qualquer opção dessas que o Moraes escolher vai ser utilizada por uma narrativa política, seja da direita, seja da esquerda, e isso vai estar no meio do processo político brasileiro. Qualquer opção que o ministro Moraes escolher tem consequências políticas. Não é uma escolha simples, não é uma escolha que não tem um custo político."

A jornalista explica que, em sua coluna de estreia, discute o dilema do ministro Alexandre de Moraes: decidir entre uma prisão considerada "privilegiada", em uma sala da Polícia Federal, optar por uma cela no Exército, o que parte da sociedade pode ver como uma punição branda para um crime tão grave, ou enviar Bolsonaro para um presídio comum, como a Papuda, medida que, segundo ela, poderia colaborar com o discurso de vitimização já explorado por aliados dele.

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Com ampla experiência nas coberturas política e econômica, Raquel Landim faz sua terceira passagem pelo Estadão. A jornalista atuou no jornal entre 2009 e 2013 como repórter de Economia e Negócios, voltou mais tarde como colunista da editoria de Economia e agora retorna para escrever nas páginas de Política, mas reunindo os dois temas que marcam sua trajetória. "Vou sempre misturar um pouquinho da política com a economia, porque acho que os assuntos estão intimamente ligados", disse.

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