Luiz Fux, ministro do STF indicado por Dilma Rousseff, votou contra a tramitação do processo que pode condenar Bolsonaro, divergindo de outros ministros e gerando expectativa entre opositores da condenação.
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux é o terceiro a falar na votação que pode condenar Jair Bolsonaro e outros sete réus por golpe de Estado e outros crimes. Divergindo de Flávio Dino e Alexandre de Moraes, que votaram a favor da condenação, Fux se posicionou ainda no início da sessão desta quarta-feira, 10, contra a tramitação do processo no Supremo.
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Este e outros comentários feitos pelo ministro trouxeram esperança para a oposição bolsonarista.
Fux foi indicado para substituir a vaga aberta pela aposentadoria de Eros Grau no STF pela ex-presidente Dilma Rousseff e tomou posse em março de 2011. Antes disso, comandou o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e integrou o Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Quem é Luiz Fux
Natural do Rio de Janeiro, Luiz Fux nasceu em abril de 1953 em uma comunidade judaica. Ele é graduado em direito pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), em 1976. Pela mesma instituição, ele concluiu um doutorado em Direito Processual Civil, em 2009. Por um período, ele seguiu a carreira no meio acadêmico como professor na instituição e chegou a chefiar o departamento de Direito Processual.
Fux ingressou na carreira em órgãos do governo em 1982, após ter sido aprovado em primeiro lugar para Magistratura do Estado do RJ. Em 1997, tornou-se desembargador do mesmo tribunal, cargo que ocupou até 2001, quando foi nomeado ministro do Superior Tribunal de Justiça, pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Cerca de 10 anos depois, entrou para o STF.
Em 2011, já no STF, ele deu o voto decisivo contra a aplicação da Lei da Ficha Limpa nas eleições de 2010. A lei começou a valer em 2012.
No TSE, foi empossado como membro substituto em maio de 2011 e tomou posse como efetivo em 2014. No órgão, ele passou por diversos cargos como vice-presidente e presidente. Em 2017, votou a favor da cassação da chapa Dilma-Temer, acompanhando os votos do relator, ministro Herman Benjamin e da ministra Rosa Weber, ficando os três ministros vencidos.
Fux também é membro da Academia Brasileira de Letras Jurídicas desde 2008 e da Academia Brasileira de Filosofia desde 2014. Presidiu a comissão de juristas que elaborou o anteprojeto do Código de Processo Civil, em vigor desde 2016.