O ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, afirmou que as provas levantadas no processo que trata da trama golpista apontam a clara participação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) como líder da organização criminosa. O terceiro dia de julgamento do 'núcleo crucial' acontece nesta terça-feira, 9.
Receba as principais notícias direto no WhatsApp! Inscreva-se no canal do Terra
"Presidente, não há prova mais cabal, além das duas reuniões, das impressões, entrega de impressões, de todos os participantes, que o áudio gravado é pelo general Mario Fernandes, enviado a Mauro Cid. Não há como se afastar, nesse ponto, das alegações do colaborador Mauro Cid, porque todas elas, todas foram confirmadas pela presença simultânea em reuniões, pela impressão dos planos e por um áudio. É patente a participação do líder da organização criminosa", afirma o relator.
Moraes leu o áudio do general da reserva, Mario Fernandes, enviado a Cid, no qual o militar diz que qualquer ação do grupo poderia “acontecer até 31 de dezembro”. Segundo o magistrado, isso provaria o conhecimento e a aprovação de Bolsonaro sobre o plano de matar autoridades brasileiras para assumir o poder.
Entre as autoridades, estariam o próprio Moraes, o então candidato à presidência, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e seu vice, Geraldo Alckmin. O magistrado salienta que ele não está como delator de um processo de tentativa de homicídio contra si, mas à frente de um ato executório dos crimes imputados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o grupo.
“[Organização Criminosa] Hierarquizada, com um líder, Jair Messias Bolsonaro, ela pretendia realmente impedir que o presidente eleito tomasse posse. Essa é a operação. Aqui, a vítima é o Estado brasileiro", declarou.
Ele continua: "Qualquer juiz que seja ameaçado e até agredido, no curso do processo, por quem está sendo investigado, ele não se torna suspeito ou impedido".