Resumo
O julgamento de Jair Bolsonaro no STF começou com críticas de Moraes à anistia, boicote de aliados bolsonaristas e pedido de condenação de Paulo Gonet, que destacou a tentativa de golpe como ameaça à democracia.
O julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de sete aliados por trama golpista começou nesta terça-feira, 2, no Supremo Tribunal Federal (STF) com o ministro relator, Alexandre de Moraes, criticando indiretamente projetos de anistia em discussão no Congresso. Em sua fala inicial, o magistrado fez duras críticas à impunidade, em clara referência aos atos de 8 de janeiro. Bolsonaro e seus aliados não compareceram à sessão, que teve a atuação do procurador-geral da República, Paulo Gonet, pedindo a condenação do grupo identificado como "núcleo crucial" da conspiração.
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Antes de fazer sua defesa, o advogado Celso Villardi leu trechos da delação premiada de Mauro Cid
Foto: WILTON JUNIOR/ESTADÃO CONTEÚDO
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Celso Villardi, advogado de Jair Bolsonaro (PL), foi o segundo a se manifestar no julgamento nesta quarta-feira, 3
Foto: Rosinei Coutinho/STF
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O advogado Matheus Milanez, que representa o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno, foi o primeiro a se manifestar no julgamento da trama golpista nesta quarta-feira, 3
Foto: Gustavo Moreno/STF
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A segurança foi reforçada nos arredores do STF
Foto: Rosinei Coutinho/STF
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Alexandre de Moraes inicia julgamento de Bolsonaro
Foto: Antonio Augusto/STF
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A segurança foi reforçada nos arredores do STF
Foto: Rosinei Coutinho/STF
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Alexandre de Moraes fala durante o julgamento
Foto: Antonio Augusto/STF
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Dino marca presença no julgamento de Bolsonaro
Foto: Antonio Augusto/STF
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Alexandre de Moraes no julgamento de Bolsonaro
Foto: Antonio Augusto/STF
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Alexandre de Moraes chega ao julgamento de Bolsonaro
Foto: Antonio Augusto/STF
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Visão ampla do ambiente onde é julgado o caso de Bolsonaro
Foto: Antonio Augusto/STF
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Visão ampla do ambiente onde é julgado o caso de Bolsonaro
Foto: Antonio Augusto/STF
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Julgamento de Bolsonaro
Foto: Agência Estado
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Jornalistas aguardam do lado de fora para cobrir o caso
Foto: Reportagem do Terra
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Operação policial no julgamento de Bolsonaro
Foto: Agência Estado
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Jornalistas aguardam do lado de fora para cobrir o caso
Foto: Reportagem do Terra
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O procurador-geral da República, Paulo Gonet, durante a primeira sessão de julgamento da ação penal contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros sete réus pela tentativa de golpe de Estado que culminou nos atos golpistas em 8 de janeiro de 2023, no Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília, nesta terça- feira, 2
Foto: Fátima Meira/Enquadrar/Estadão Conteúdo
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O ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), durante a primeira sessão de julgamento da ação penal contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros sete réus pela tentativa de golpe de Estado que culminou nos atos golpistas em 8 de janeiro de 2023
Foto: Fátima Meira/Enquadrar/Estadão Conteúdo
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O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), durante a primeira sessão de julgamento da ação penal contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros sete réus pela tentativa de golpe de Estado que culminou nos atos golpistas em 8 de janeiro de 2023, no STF, em Brasília, nesta terça-feira, 2
Foto: Fátima Meira/Enquadrar/Estadão Conteúdo
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O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), durante a primeira sessão de julgamento da ação penal contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros sete réus pela tentativa de golpe de Estado que culminou nos atos golpistas em 8 de janeiro de 2023, no STF, em Brasília, nesta terça-feira, 2.
Foto: Fátima Meira/Enquadrar/Estadão Conteúdo
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A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), durante a primeira sessão de julgamento da ação penal contra o ex-presidente Jair Bolsonaro
Foto: Fátima Meira/Enquadrar/Estadão Conteúdo
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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), durante a primeira sessão de julgamento da ação penal contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros sete réus pela tentativa de golpe de Estado.
Foto: Fátima Meira/Enquadrar/Estadão Conteúdo
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O ex-ministro da Defesa, general da reserva Paulo Sérgio Nogueira, um dos réus do chamado núcleo crucial da tentativa de golpe de Estado que culminou nos atos golpistas em 8 de janeiro de 2023, durante a primeira sessão de julgamento da ação penal contra ele, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros seis réus do núcleo, no Supremo Tribunal Federal (STF) , em Brasília, nesta terça-feira, 2.
Foto: Fátima Meira/Enquadrar/Estadão Conteúdo
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O advogado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Celso Vilardi, durante a primeira sessão de julgamento da ação penal contra Bolsonaro e outros sete réus pela tentativa de golpe de Estado
Foto: Fátima Meira/Enquadrar/Estadão Conteúdo
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Cezar Roberto Bittencourt, advogado de defesa do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro
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José Luiz de Oliveira Lima, o Juca, advogado de defesa do general da reserva Walter Braga Netto
Foto: Fátima Meira/Enquadrar/Estadão Conteúdo
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Matheus Milanez, advogado do general Augusto Heleno, ex-chefe do Gabinete de Segurança no governo Jair Bolsonaro
Foto: Fátima Meira/Enquadrar/Estadão Conteúdo
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Eumar Novacki, advogado de defesa do ex-ministro da Justiça e Segurança, Anderson Torres, durante a primeira sessão de julgamento da ação penal contra Bolsonaro e outros sete réus pela tentativa de golpe de Estado que culminou nos atos golpistas em 8 de janeiro de 2023, no Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília, nesta terça-feira, 02 de setembro de 2025.
Foto: Fátima Meira/Enquadrar/Estadão Conteúdo
Críticas à anistia e defesa do STF
Antes de detalhar o processo na leitura do relatório durante cerca de uma hora e quarenta minutos, o ministro Alexandre de Moraes fez um breve discurso em defesa da atuação do Supremo Tribunal Federal. Ele criticou pressões internacionais -- em referência ao governo dos Estados Unidos -- e se posicionou contra defensores de anistia para envolvidos nos ataques de 8 de janeiro.
"A história nos ensina que a impunidade, a omissão e a covardia não são opções para a pacificação", afirmou Alexandre de Moraes.
Sem nomear diretamente os projetos de perdão aos envolvidos nos ataques antidemocráticos, a declaração do ministro confronta diretamente o argumento de que a anistia seria necessária para a "pacificação" do País.
"Pois o caminho aparentemente mais fácil -- e só aparentemente --, que é o da impunidade, que é o da omissão, deixa cicatrizes traumáticas na sociedade e corrói a democracia, como lamentavelmente o passado recente do Brasil demonstra", completou o magistrado, alertando que a impunidade pode incentivar novas tentativas de golpe.
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Em outra frente, Moraes afirmou que as investigações descobriram uma "verdadeira organização criminosa" que tentou coagir o STF e submetê-lo "ao crivo de outro Estado estrangeiro". Ele garantiu, no entanto, que a Corte analisará as provas com base no "devido processo legal, a ampla defesa, o contraditório", e que os réus serão inocentados caso haja "qualquer dúvida razoável sobre a culpabilidade".
O relator também defendeu o acordo de delação de Mauro Cid e mencionou o inquérito que resultou na prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro, relacionado a tentativa de coação do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) durante o andamento do processo.
Ausência bolsarista
A plateia do plenário da Primeira Turma do STF durante o início do julgamento de Bolsonaro, nesta terça-feira, 2, foi marcada pela presença de alguns deputados da base do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a ausência de parlamentares aliados do réu.
Nenhum apoiador de Bolsonaro no Congresso Nacional compareceu ao anexo II do Supremo para a sessão de leitura do relatório que o denuncia, junto a outros acusados.
O ex-presidente, que está em prisão domiciliar, também não requisitou acompanhar a audiência -- diferentemente do que fez em sessões de interrogatório e depoimentos. De acordo com seu advogado, Celso Vilardi, a ausência de Bolsonaro se deve a problemas de saúde que o impediram de participar presencialmente.
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Pedido de condenação por Gonet
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, reforçou o pedido de condenação de Jair Bolsonaro e dos outros sete réus ao afirmar, em sua sustentação oral, que não é preciso “esforço intelectual extraordinário” para se reconhecer que um golpe de Estado estava em curso.
Gonet sustentou que todos os personagens do processo são responsáveis pela tentativa de manterassentir com o convite para intervir no processo constitucional de sucessão. Bolsonaro no poder após a derrota eleitoral de 2022. Segundo ele, até o comandante da Marinha chegou a
Gonet diz que reunião de Bolsonaro com cúpula militar significava que ‘golpe já estava em curso’
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"Não é preciso esforço intelectual extraordinário para reconhecer que quando o presidente da República e depois o ministro da Defesa convocam a cúpula militar para apresentar documento de formalização de golpe de Estado, o processo criminoso já está em curso”, disse Gonet.
O procurador-geral afirmou que a tentativa de golpe só não se consumou "pela fidelidade do Exército", cujos comandantes das Forças Armadas, incluindo a Aeronáutica, resistiram às pressões. Ele defendeu que a condenação do ex-presidente e de seus aliados é um ato de "defesa ativa" da democracia contra aqueles que recorrem à violência.
Fonte: Redação Terra