Alexandre de Moraes utilizou o termo jurídico "fishing expedition" para criticar a tentativa da defesa de Jair Bolsonaro de obter provas de forma ampla e sem foco definido, caracterizando a prática como abuso investigativo.
Nesta terça-feira, 2, no dia de abertura do julgamento do chamado 'núcleo crucial', que abrange Jair Bolsonaro, uma expressão utilizada por mais de uma vez pelo ministro Alexandre de Moraes, relator na ação penal da chamada 'trama golpista', despertou a atenção.
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O que é 'fishing expedition'?
A expressão faz parte do vocabulário jurídico e foi utilizado por Moraes para criticar o critério das apurações durante o julgamento do ex-presidente. O ministro desaprovou a tentativa da defesa de Bolsonaro de obter provas em larga escala sem um foco bem determinado, referindo-se, no caso, ao julgamento da denúncia por tentativa de golpe.
Assim, Moraes destacou que seria inadmissível apreciar pedidos de busca genérica por provas, classificando a prática de 'fishing expedition'. O termo, portanto, foi utilizado com o intuito de denunciar investigações que exploram dados a fim de encontrar qualquer indício de crime, sem objeto definido.
Para Moraes, a prática pode ser classificada como 'abuso investigativo', uma vez que a defesa do ex-presidente, segundo o ministro, tentou acesso, de maneira ampla, a registros de comunicações de militares, mas sem fixar elementos objetivos.
A tradução literal do termo significa 'expedição de pesca', em alusão ao investigador como alguém que 'joga a rede' com o objetivo de encontrar qualquer indício de crime, mas sem saber necessariamente o que está vasculhando.