SÃO PAULO E BRASÍLIA - A avaliação do Congresso Nacional em 2024 é a melhor em mais de 20 anos. Enquanto 23% dos brasileiros reprova o trabalho do Senado e da Câmara dos Deputados, 53% o considera regular e 22% diz que é ótimo ou bom. Em comparação com o fim do ano passado, a mudança é significativa. Em dezembro de 2023, a reprovação era de 35% e a aprovação de 18%. Já a avaliação regular era dez pontos menor que a atual, 43%.
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), comemorou nesta quinta-feira, 28, a melhora na avaliação. O deputado citou projetos importantes aprovados no ano passado, como a reforma tributária e o novo arcabouço fiscal, e disse que o fortalecimento do Legislativo é o "caminho certo".
"A melhora da avaliação do Congresso Nacional junto a população é estimulante e gratificante. Há um reconhecimento do trabalho que estamos realizando para aprovar as leis de interesse do Brasil e dos brasileiros", escreveu Lira, no X (antigo Twitter).
A melhora da avaliação do Congresso Nacional junto a população é estimulante e gratificante. Há um reconhecimento do trabalho que estamos realizando para aprovar as leis de interesse do Brasil e dos brasileiros. pic.twitter.com/mskDbXobKF
— Arthur Lira (@ArthurLira_) March 28, 2024
Os dados são da pesquisa Datafolha realizada com 2.002 pessoas em 147 municípios brasileiros nos dias 19 e 20 deste mês. A margem de erro é de 2 pontos porcentuais para mais ou para menos.
Considerando as avaliações regulares e boas, 75% dos entrevistados não reprovam o trabalho dos parlamentares. Até então, o maior índice de aprovação das Casas havia sido registrado em 2003. Naquele ano, a pesquisa indicou que 24% da população considerava o Congresso ótimo ou bom e 46% regular.
"São indicadores de que estamos no caminho certo, com o fortalecimento do Legislativo. Aprovamos uma pauta afirmativa com a Reforma Tributária, a Lei de Garantias, o novo Arcabouço Fiscal, graças ao apoio dos deputados federais, do colégio de líderes incansáveis na discussão para o aprimoramento dos textos. Sigamos em frente!", publicou Lira.
A reforma tributária aprovada no ano passado, que simplifica a cobrança de impostos sobre o consumo no País, era discutida há décadas. A proposta aprovada teve o apoio do governo Lula, principalmente por meio do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, mas nasceu no Congresso.
Há 14 anos, 25% das pessoas classificavam o trabalho parlamentar bom ou ótimo, mas os que o consideravam ruim ou péssimo somavam 30%. Já para 39% dos entrevistados, era regular. Nove anos depois, a taxa de aprovação foi a mesma de 2024. Em 2019, 41% considerava as Casas regulares e 22% boas ou ótimas. No entanto, mais uma vez a reprovação era maior, chegando a 32%.
A maior desaprovação das Casas, atualmente comandadas pelo senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e Lira, foi registrada em 2016. Na época, a atuação era considerada ruim ou péssima por 48% dos brasileiros e boa ou ótima por apenas 8%.
A melhora na avaliação do Congresso se dá ao mesmo tempo em que a reprovação do Supremo Tribunal Federal (STF) caiu de 38% para 28%.
Nos últimos anos, o Legislativo vem aumentando seu protagonismo no cenário político. Os deputados e senadores hoje dependem menos do Executivo do que nos mandatos anteriores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o que tem gerado atritos entre os dois poderes.
Ao longo dos últimos anos, as emendas parlamentares individuais e de bancada estadual, por exemplo, tornaram-se impositivas, o que significa que o governo é obrigado a pagá-las. O ritmo de liberação desses recursos, contudo, é ditado pelo Palácio do Planalto, que usa esse controle para barganhar apoio político para as votações.