PF prende quatro advogados ligados ao Comando Vermelho em operação no Amazonas

Operação Roque é desdobramento da Xeque-Mate e mira grupo que intermediava ordens entre líderes presos e integrantes fora das cadeias

6 nov 2025 - 10h41
(atualizado às 12h33)
Resumo
A Polícia Federal prendeu quatro advogados ligados ao Comando Vermelho em operação no Amazonas, acusados de facilitar comunicações, logística de drogas, lavagem de dinheiro e manter a hierarquia da facção.
A operação cumpriu quatro mandados de prisão preventiva e cinco de busca e apreensão contra advogados e integrantes do núcleo operacional do Comando Vermelho
A operação cumpriu quatro mandados de prisão preventiva e cinco de busca e apreensão contra advogados e integrantes do núcleo operacional do Comando Vermelho
Foto: Divulgação/PF

A Força Integrada de Combate ao Crime Organizado no Amazonas (FICCO/AM) realizou, na manhã desta quinta-feira, 6, a Operação Roque, que cumpriu quatro mandados de prisão preventiva e cinco de busca e apreensão contra advogados e integrantes do núcleo operacional do Comando Vermelho (CV) no Estado.

A ação é um desdobramento da Operação Xeque-Mate e teve como foco desarticular o setor jurídico da facção criminosa, responsável por manter a comunicação entre lideranças dentro e fora de prisões no Brasil.

Publicidade

Segundo as investigações, os suspeitos usavam a posição de advogados para repassar bilhetes, estratégias e movimentações financeiras da facção. Eles também seriam responsáveis por organizar a logística de transporte de drogas que vinham da Colômbia e por auxiliar na lavagem de dinheiro do CV.

Segundo as investigações, os suspeitos usavam a posição de advogados para repassar bilhetes, estratégias e movimentações financeiras da facção
Foto: Divulgação/PF

A Polícia Federal (PF) aponta que os advogados presos eram ligados a um traficante conhecido como Allan Índio, considerado um dos principais conselheiros do Comando Vermelho na Região Norte, segundo a TV Globo. Ele está foragido desde a megaoperação no Rio de Janeiro que deixou 121 mortos há cerca de dez dias.

Durante a operação desta quinta, foram apreendidos computadores, celulares, mídias digitais, documentos e valores em espécie, que serão analisados pela perícia. Os mandados foram cumpridos em residências e escritórios localizados em Manaus.

Durante a operação desta quinta, foram apreendidos computadores, celulares, mídias digitais, documentos e valores em espécie
Foto: Divulgação/PF

A investigação mostrou que os advogados simulavam atividades profissionais para ocultar o repasse de mensagens da facção e manter a hierarquia interna. O grupo teria papel central na transmissão de ordens para chefes de presídios e para lideranças responsáveis pelo controle de pontos de venda de drogas em diferentes cidades do Amazonas.

Publicidade

Essa estrutura também permitia a coordenação de represálias, acordos interestaduais e de movimentações financeiras da organização.

Segundo a PF, a Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Amazonas (OAB-AM), acompanhou toda a operação para garantir que as prerrogativas legais e constitucionais fossem respeitadas.

A FICCO/AM consiste na união entre a Polícia Federal, a Polícia Rodoviária Federal, a Secretaria de Estado de Segurança Pública, a Polícia Civil, a Polícia Militar, a Secretaria de Administração Penitenciária, a Secretaria de Inteligência e os órgãos de segurança municipal. O objetivo é integrar operações de enfrentamento ao crime organizado e à criminalidade violenta.

Fonte: Portal Terra
Fique por dentro das principais notícias
Ativar notificações