PCC tem ‘auditores’, RH e até esquema de licença médica para controlar pontos de tráfico

Operação prendeu 17 pessoas em seis cidades de São Paulo; esquema criminoso envolve controle de mais de 80 pontos de droga

21 out 2025 - 14h13
(atualizado às 14h18)
Resumo
A Polícia Civil de São Paulo prendeu 17 membros do PCC em operação que revelou uma estrutura organizada com auditores, RH, controle financeiro e até licença médica para gerenciar 80 pontos de tráfico de drogas.
Somente em um dos locais, foi encontrada a movimentação de mais de R$ 700 mil por semana
Somente em um dos locais, foi encontrada a movimentação de mais de R$ 700 mil por semana
Foto: Divulgação/Polícia Civil

A Polícia Civil de São Paulo prendeu 17 membros do Primeiro Comando da Capital (PCC) na megaoperação realizada nesta terça-feira, 21, em quatro cidades do estado. Entre eles, estão dez auditores, responsáveis por fiscalizar mais de 80 pontos de tráfico de drogas. As autoridades apontam que a facção tem uma estrutura com Recursos Humanos (RH) e até licença médica entre os integrantes. 

A investigação que culminou na Operação Auditoria começou há mais de um ano e tinha como objetivo apurar o tráfico de drogas ocorrido no extremo da zona leste da capital. Em algumas incursões no começo do ano, a polícia conseguiu apreender celulares de suspeitos que continham mensagens em grupo de WhatsApp com aproximadamente 80 pontos de tráfico de drogas. 

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“Eles chamavam de lojas, nada mais eram do que pontos de venda de drogas, que eram auditados por diversos indivíduos”, afirmou o delegado-geral, Artur Dian. Um deles seria um indivíduo conhecido como i-30, preso ainda no começo do ano. 

Polícia Civil deflagrou Operação Auditoria contra o PCC
Foto: Vanessa Ortiz/Terra

A partir desse material, a polícia conseguiu identificar uma grande estrutura com RH, e os chamados ‘disciplina’, responsáveis por punir aqueles que descumprem alguma norma. Ainda segundo o delegado, eles mantinham câmeras de monitoramento para fiscalização e planilhas com entrada de valores semanais de pontos consolidados e daqueles ainda em teste. Somente em um dos locais, foi encontrada a movimentação de mais de R$ 700 mil por semana. 

“Nós vimos uma verdadeira estrutura criminosa, nós tínhamos até licença médica de indivíduos que cuidavam de pontos de tráfico, indivíduos que estavam enfermos lá, doentes, e não poderiam estar trabalhando nos pontos de tráfico. Eles eram afastados e isso era autorizado lá pelos auditores”, explica Dian. 

Ao todo, foram expedidos 38 mandados de prisão preventiva contra suspeitos de integrar a facção. Com as detenções, 21 deles são considerados foragidos. Ainda foram cumpridos  110 de busca e apreensão na capital paulista, Guarulhos, Itaquaquecetuba, Ferraz de Vasconcelos, Suzano e Mogi das Cruzes.

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Além dos presos, a polícia também apreendeu porções de drogas, celulares, dinheiro em espécie, documentos e cadernos com informações sobre a contabilidade do tráfico. Os casos estão sendo registrados na 8ª Cerco (Central Especializada de Repressão a Crimes e Ocorrências Diversas).

Fonte: Portal Terra
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