Gêmea de 'serial killer' é indiciada por ajudar irmã a cometer os 4 homicídios

Ação da polícia de Roberta Cristina Veloso Fernandes foi confirmado pela defesa; ela e a irmã Ana Paula estão presas preventivamente

15 out 2025 - 12h08
(atualizado às 13h28)
Resumo
A Polícia Civil de São Paulo indiciou Roberta Cristina Veloso Fernandes por ajudar sua irmã gêmea, Ana Paula Veloso Fernandes, acusada de matar quatro pessoas envenenadas entre janeiro e maio de 2025.
Irmãs Ana Paula (à esq.) e Roberta (à dir.) estão presas por suspeita dos crimes
Irmãs Ana Paula (à esq.) e Roberta (à dir.) estão presas por suspeita dos crimes
Foto: Reprodução/TV Globo

A Polícia Civil de São Paulo indiciou a gêmea da ‘serial killer’ Ana Paula Veloso Fernandes, acusada de ter envenenado e matado quatro pessoas em cinco meses. A defesa de Roberta Cristina Veloso Fernandes confirmou ao Terra a informação. 

O indiciamento dela ocorreu após a acusada, que está presa, passar por interrogatório no 1º DP de Guarulhos, na Grande São Paulo, na tarde desta terça-feira, 14. As autoridades acreditam que ela tenha ajudado Ana Paula a cometer os crimes. 

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A defesa da suspeita afirmou que encaminhará um posicionamento sobre o indiciamento de Roberta em breve. A reportagem questionou a Secretaria da Segurança Pública (SSP) sobre o caso, mas não teve retorno até o momento. 

A polícia aponta ainda que, além da ajuda da gêmea, Ana Paula também teria contato com Michelle Paiva da Silva, de 43, filha de uma das pessoas mortas. As três estão presas preventivamente. 

Marcelo Fonseca (à esquerda) e Neil Corrêa da Silva (à direita) são uma das vítimas da universitária
Foto: Reprodução/TV Globo

Em Guarulhos, Ana Paula teria feito três vítimas:

  • Marcelo Hari Fonseca - é dono do imóvel que ela supostamente alugou para morar e morreu em janeiro;
  • Maria Aparecida Rodrigues - uma amiga que ela conheceu virtualmente; 
  • Hayder Mhazres, um namorado tunísio, morto em maio.

Ela também faz uma vítima em sua cidade natal, Duque de Caxias (RJ)

  • Neil Corrêa da Silva, pai de Michelle, em abril. 
Maria Aparecida Rodrigues (à esq.) e Hayder Mhazres (à dir.) são vítimas de Ana Paula
Foto: Reprodução/TV Globo

As gêmeas moravam em Duque de Caxias (RJ) até o começo deste ano. Em janeiro, Ana Paula se mudou para Guarulho, após pedir transferência de sua faculdade de Direito. Depois, trouxe Roberta. 

Confissão

No interrogatório, a principal suspeita, Ana Paula, de 36 anos, confessou à polícia dois dos quatro assassinatos de que é acusada de matar no Rio de Janeiro e em São Paulo. No entanto, os advogados de defesa afirmam que não é possível associar a suposta serial killer aos crimes, pois não há “elementos robustos e definitivos que autorizem a conclusão sobre a sua participação”. 

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Em nota, o advogado Almir da Silva Sobral afirma que qualquer ilação entre Ana Paula e os crimes seria uma violação o princípio da não culpabilidade. “Reconhecemos a gravidade dos fatos investigados e a comoção social que geram. Nesta fase, em que as provas ainda estão sendo formadas e examinadas, não é possível, e (seria temerário), afirmar ou negar categoricamente qualquer tese defensiva”, diz a nota.

A estudante disse às autoridades que deu uma facada em Marcelo Hari Fonseca na noite de 26 de janeiro deste ano, após uma discussão. Ela confessou que ficou com o filho e a sobrinha na mesma casa onde assassinou a primeira vítima por cinco dias. Então, chamou a polícia devido ao cheiro da decomposição do cadáver, que já impregnava toda a casa e estava incomodando as crianças.

Ainda assim, a polícia não encontrou indícios da facada, mas do envenenamento por chumbinho. Em depoimento, Ana Paula confessou ter conhecimento técnico sobre o uso do produto, controlando tempo e dosagem para simular causas naturais de morte.

O segundo crime confirmado pela autora é o que envolveu Maria Aparecida Rodrigues, que foi encontrada morta após comer um bolo, e há indícios de que o alimento teria sido usado para incriminar terceiros.

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Ela está presa preventivamente desde 4 de setembro como principal suspeita de quatro homicídios cometidos entre janeiro e maio de 2025, em diferentes cidades (Guarulhos, Grande São Paulo, e Duque de Caxias, no Rio de Janeiro), todos com o uso de veneno como meio de execução.

Fonte: Portal Terra
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