Filho de pagodeiro passa mal e julgamento começa com atraso em SP

11 set 2013 - 11h07
(atualizado às 11h18)
<p>Disfarçado, o pagodeiro alegou inocência durante uma entrevista em 2010</p>
Disfarçado, o pagodeiro alegou inocência durante uma entrevista em 2010
Foto: André Lessa / Agência Estado

O menino Lucas, 10 anos, filho do pagodeiro Evandro Gomes Correia Filho, 40 anos - que é acusado de matar a ex-mulher, Andréa Cristina Bezerra Nóbrega, 31 anos, mãe do garoto -, passou mal na manhã desta quarta-feira, o que provocou um atraso de 40 minutos no início do julgamento, no Fórum de Guarulhos. O júri começou às 10h40, e Lucas é a primeira testemunha a prestar depoimento. O menino é considerado a principal testemunha do caso.

Ele chegou ao fórum com a tia, a assistente administrativa Josilene Bezerra Nóbrega, 42 anos, irmã de Andréa. "Ele está muito abalado. Por isso, chegamos atrasados, ele chegou até a vomitar", disse ela.

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O garoto é ouvido em sigilo - o plenário foi esvaziado para o depoimento dele. Na época do crime, Lucas foi ouvido por um delegado, um promotor, uma psicóloga e uma assistente social. O menino chegou a desenhar um homem com uma faca na mão e uma mulher com uma criança no colo. Ele relatou ainda uma briga entre o casal.

Ao começo do julgamento, o júri foi sorteado - foram selecionados cinco homens e duas mulheres. Três testemunhas de acusação foram dispensadas, reduzindo para 17 o número total de depoimentos - sete arroladas pelo Ministério Público e 10 pela defesa de Evandro.

Josilene afirmou que não criou expectativas em relação ao julgamento. "Não sei o que podemos esperar das leis brasileiras. São leis fracas e falhas. Vocês têm acompanhado o caso e sabem da palhaçada e descaso com nossa dor. Não tenho expectativa. Temos que acreditar em Deus e na justiça Dele."

Evandro é acusado da morte da ex-mulher Andreia e pela tentativa de homicídio do próprio filho, Lucas, que tinha 6 anos à época. O crime ocorreu em 18 de novembro de 2008. Andreia morreu após cair da janela do terceiro andar do prédio onde morava, em Guarulhos, enquanto o menino foi internado com uma fratura no maxilar, após cair sobre a marquise da edificação.

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Em 2010, usando peruca, barba falsa, óculos escuros e bigode, Evandro negou participação na morte da ex-mulher, durante uma entrevista no escritório de seu advogado, em São Paulo. Naquele ano, o inquérito policial o apontou como o autor do crime. A Justiça decretou a prisão preventiva dele no final de 2008, mas como ele nunca se apresentou à Justiça, é considerado foragido. Ele aproveitou a lei que impede prisões em período eleitoral para dar sua versão do caso em São Paulo.

O disfarce foi usado para que ele não fosse reconhecido na cidade onde morava, na Região Nordeste. Na ocasião, o pagodeiro reafirmou que a ex-mulher se jogou com o filho do apartamento depois de uma discussão.

Fonte: Terra
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