Última mensagem enviada do celular de advogada desaparecida é aos filhos: ‘Fui embora do Brasil'

Texto supostamente escrito por Anic de Almeida Peixoto Herdy dizia que estava com outro homem e que iria viver com ele

23 mai 2024 - 11h23
Foto: Reprodução/Redes Sociais

Quase duas semanas após o desaparecimento da advogada Anic de Almeida Peixoto Herdy, de 55 anos, os filhos receberam mensagens enviadas pelo celular dela. Ela dizia que tinha ido embora do Brasil e que estava com outra pessoa. O comunicado também foi passado ao marido, Benjamin Cordeiro Herdy, de 78. A informação é da TV Globo. 

Anic está desaparecida desde 29 de fevereiro após sair a pé de um shopping em Petrópolis, na Região Serrana do Rio de Janeiro. A família dela pagou R$ 4,6 milhões, exigidos em dólares, reais e bitcoins, no dia 11 de março de 2024.

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Após o pagamento, Benjamin recebeu uma mensagem do número da esposa. “Querido Benjamin, hoje é um dia muito triste para nossa família, é o dia que definitivamente irei me separar de vocês", escreveu. No texto supostamente escrito por ela, a advogada afirma que está há um ano com outra pessoa. “Acabamos nos apaixonando. Não me procure. Meu namorado é policial civil". 

Anic tem dois filhos, um do primeiro casamento, e outra fruto do relacionamento com o atual marido. Ambos também receberam mensagens, dois dias depois do pagamento, do telefone da mãe. "Fui embora do Brasil. Conheci uma pessoa, com ele que pretendo viver". Em seguida, a filha responde: “Se você vai falar isso para mim, vai ser pessoalmente. Eu quero pelo menos ouvir isso da tua voz". 

O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) afirmou que há suspeitas que a vítima tenha sido assassinada e teve seu cadáver ocultado.

Polícia suspeita que ela teria forjado o próprio sequestro

Conforme a rádio CBN, as investigações revelaram que ela  teria participado do plano para forjar o próprio sequestro com ajuda do amante, o suspeito Lourival Correa Netto Fatiga, que já está preso.

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A polícia descobriu que o celular usado por Anic antes de desaparecer tinha um chip com o nome de Lourival. Ela ainda teria usado este número de celular para falar com ele e encontrá-lo fora do shopping, local onde foi vista pela última vez. 

As últimas imagens de Anic mostram que ela estava em um shopping de Petrópolis às 11h08 da manhã
Foto: Reprodução

Lourival usava um chip no nome de Benjamin, marido da vítima. O número foi usado como sendo do 'suposto sequestrador' para enviar mensagens ao marido da vítima anunciando o sequestro. 

O suspeito desligou o próprio telefone celular no dia do sequestro, entre 09h19 e 15h36, e usou o chip no nome da vítima. A investigação apontou que o telefone fez o mesmo caminho que o carro de Lourival até encontrar com Anic. A hipótese é que a vítima tenha deixado o shopping a bordo do veículo de Lourival. 

A polícia também analisou vídeo do estacionamento do shopping e identificou Anic colocando algo embaixo do banco do carro. O objeto seria o celular da vítima, que posteriormente foi encontrado por Benjamin. 

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Prisões

Quatro pessoas foram detidas, incluindo Lourival Correa Netto Fadiga, apontado pela Polícia Civil e pelo MPRJ como o mentor do sequestro. Amigo da família por três anos, ele apresentou-se falsamente como policial federal. Dois filhos de Lourival e uma ex-namorada dele também estão presos por suspeita de envolvimento no crime.

Um comerciante de Foz do Iguaçu, para onde Lourival e Benjamim viajaram juntos, afirmou que Anic e Lourival se apresentavam como namorados e que já os viu se beijando várias vezes. A investigação sugere que Anic, devido a esse relacionamento extraconjugal, pode ter inicialmente concordado com o plano criminoso de Lourival.

Suspeitos de envolvimento

A quantia para o resgate de Anic foi colocada em uma mochila, que deveria ser entregue por Benjamim e Lourival no dia 11 de março em um shopping na Zona Oeste do Rio. Durante o trajeto, Lourival alegou ter recebido uma mensagem instruindo-o a deixar o dinheiro em uma lixeira no Terreirão, no Recreio dos Bandeirantes, enquanto Benjamim aguardava no shopping.

A polícia descobriu que Lourival não foi a nenhuma comunidade, mas sim a uma concessionária, onde comprou a picape por R$ 500 mil em dinheiro, naquele mesmo dia. Ele também teria comprou uma motocicleta por aproximadamente R$ 30 mil, além de 950 celulares. 

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Os filhos de Lourival, Henrique Vieira Fadiga e Maria Luísa Fadiga, são suspeitos de auxiliar o pai no crime. Henrique teria recebido US$ 150 mil após a conversão de um depósito em reais. A Polícia Civil também aponta que Maria Luísa teria permitido que o pai usasse seu nome para registrar uma picape.

Ela teria ainda a responsabilidade de receber os celulares comprados com o dinheiro de três depósitos de R$ 325 mil cada, feitos por Benjamim em contas de empresas importadoras, conforme as investigações. 

Rebeca Azevedo Santos, ex-namorada de Lourival, é suspeita de participar da negociação para a entrega dos celulares adquiridos com parte do dinheiro do resgate. Os quatro suspeitos estão sendo acusados de extorsão mediante sequestro.

Fonte: Redação Terra
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