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Polícia

Resgate de sequestro de advogada desaparecida foi depositado em 40 contas

Anic de Almeida Peixoto Herdy permanece desaparecida apesar de família ter pago resgate milionário; suspeita é que ela foi assassinada

21 mai 2024 - 11h21
(atualizado às 11h26)
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Anic de Almeida Peixoto Herdy está desaparecida desde o dia 29 de fevereiro de 2024
Anic de Almeida Peixoto Herdy está desaparecida desde o dia 29 de fevereiro de 2024
Foto: Reprodução/Facebook

As investigações acerca do desaparecimento da advogada Anic de Almeida Peixoto Herdy, de 55 anos, revelaram detalhes sobre o caminho do dinheiro pago em seu resgate. As informações foram divulgadas pelo jornal O Globo.

Anic está desaparecida desde 29 de fevereiro após sair a pé de um shopping em Petrópolis, na Região Serrana do Rio de Janeiro. A família dela pagou R$ 4,6 milhões, exigidos em dólares, reais e bitcoins, no dia 11 de março de 2024.

Conforme aponta a investigação, parte do dinheiro em reais foi distribuída entre 40 contas de doleiros. Outra porção foi usada para adquirir bens de alto valor, incluindo uma picape de luxo, uma motocicleta e 950 celulares destinados a uma loja de eletrônicos em Teresópolis.

A Polícia Civil também identificou que, por meio de mensagens de celular, uma pessoa orientou Benjamim Cordeiro Herdy, de 78 anos, sobre as contas para os depósitos. Benjamim, marido de Anic por cerca de 20 anos e herdeiro de um complexo educacional que originou a Unigranrio, vendida em 2021, seguiu as instruções.

A maior parte do dinheiro convertido em dólares ainda não foi recuperada, e Anic permanece desaparecida, apesar do pagamento. O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) afirmou que há suspeitas que a vítima tenha sido assassinada e teve seu cadáver ocultado.

Prisões

Quatro pessoas foram detidas, incluindo Lourival Correa Netto Fadiga, apontado pela Polícia Civil e pelo MPRJ como o mentor do sequestro. Amigo da família por três anos, Lourival apresentou-se falsamente como policial federal. Dois filhos de Lourival e uma ex-namorada dele também estão presos por suspeita de envolvimento no crime.

Um comerciante de Foz do Iguaçu, para onde Lourival e Benjamim viajaram juntos, afirmou que Anic e Lourival se apresentavam como namorados e que já os viu se beijando várias vezes. A investigação sugere que Anic, devido a esse relacionamento extraconjugal, pode ter inicialmente concordado com o plano criminoso de Lourival.

Suspeitos de envolvimento

Henrique Vieira Fadiga e Maria Luísa Fadiga, filhos de Lourival, são suspeitos de auxiliar o pai. Henrique teria recebido US$ 150 mil após a conversão de um depósito em reais.

A Polícia Civil também aponta que Maria Luísa teria permitido que o pai usasse seu nome para registrar uma picape comprada por R$ 500 mil em dinheiro, no mesmo dia do pagamento do resgate. Lourival também comprou uma motocicleta por aproximadamente R$ 30 mil.

Maria Luísa teria ainda a responsabilidade de receber 950 celulares comprados com o dinheiro de três depósitos de R$ 325 mil cada, feitos por Benjamim em contas de empresas importadoras, conforme as investigações. 

Rebeca Azevedo Santos, ex-namorada de Lourival, é suspeita de participar da negociação para a entrega dos celulares adquiridos com parte do dinheiro do resgate.

Pagamento aos suspeitos

A quantia para o resgate de Anic foi colocada em uma mochila, que deveria ser entregue por Benjamim e Lourival no dia 11 de março em um shopping na Zona Oeste do Rio. Durante o trajeto, Lourival alegou ter recebido uma mensagem instruindo-o a deixar o dinheiro em uma lixeira no Terreirão, no Recreio dos Bandeirantes, enquanto Benjamim aguardava no shopping.

A polícia descobriu que Lourival não foi a nenhuma comunidade, mas sim a uma concessionária, onde comprou a picape. Os quatro suspeitos estão sendo acusados de extorsão mediante sequestro.

Fonte: Redação Terra
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