Começou às 9h30 desta quarta-feira no Fórum de Contagem (MG), região metropolitana de Belo Horizonte, o terceiro dia do julgamento do ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, pela morte e sumiço do corpo de Eliza Samudio, ex-amante do goleiro Bruno, condenado pelo crime a 22 anos e 3 meses de prisão.
A sessão iniciou com o depoimento do jornalista José Cleves da Silva, que na década pássada foi indiciado pela Polícia Civil pela morte da ex-mulher, assassinada a tiros, mas absolvido na Justiça. O delegado que investigou Cleves foi Edson Moreira, também chefe das investigações do caso Eliza Samudio, e atualmente vereador em BH pelo PTN. Moreira irá prestar depoimento em seguida.
Cleves e Moreira foram arrolados como testemunhas de defesa de Marcos Aparecido dos Santos. A intenção dos 12 advogados de Bola é “mostrar os erros e maldades do Edson Moreira nas duas investigações”, disse o defensor Ércio Quaresma, desafeto declarado do delegado.
Logo no início do depoimento, indagado por Quaresma se ele acreditava que houve má fé por parte da imprensa na divulgação dos fatos acerca da morte da ex-mulher, o jornalista respondeu que não acreditava “que houve dolo, e sim erros. Apenas repassavam o que a polícia dizia,” avaliou. Cleves também já denunciou no depoimento que Edson Moreira o teria obrigado a participar de uma reconstituição onde haveria sangue da ex-mulher no carro e também que Moreira teria dito a ele que havia pólvora em um dos braços dele, Cleves, o que não teria sido encontrado nos exames feitos pelo Instituto de Criminalística da Polícia Civil na época. “Sofro com isso até hoje”, disse Cleves, ao ser perguntado sobre os efeitos do suposto erro nas investigações.
A previsão é a de que o julgamento do ex-policial termine na sexta-feira, logo após o embate entre o promotor de Justiça Henry Wagner Vasconcelos Castro e defensores. Após o depoimento das outras cinco testemunhas que restarão, Bola deverá ser ouvido amanhã. O ex-policial ainda é investigado pela morte de dois homens em 2008 na cidade de Esmeraldas, também na Grande BH.
Publicidade
1 de 54
22 de abril - Populares protestam em frente ao Fórum antes do início do julgamento do ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, acusado da morte de Eliza Samudio
Foto: Marcellus Madureira
2 de 54
22 de abril - José Arteiro, assistente de acusação, chega para o julgamento de Bola no Fórum de Contagem (MG)
Foto: Marcellus Madureira
3 de 54
22 de abril - Delegado Edson Moreira, que chefiou as investigações na época do crime, chega para acompanhar o julgamento de Bola
Foto: Marcellus Madureira
4 de 54
22 de abril - Julgamento de Bola começou por volta das 9h30 desta segunda-feira no Fórum de Contagem
Foto: Renata Caldeira/TJ-MG
5 de 54
22 de abril - Juíza Marixa Fabiane negou o pedido de adiamento do julgamento feito pela defesa
Foto: Renata Caldeira/TJ-MG
6 de 54
22 de abril - Ex-policial é acusado de matar, esquartejar e ocultar o corpo da modelo Eliza Samudio
Foto: Renata Caldeira/TJ-MG
7 de 54
22 de abril - Promotor Henry Vasconcelos durante julgamento de Bola
Foto: Renata Caldeira/TJ-MG
8 de 54
22 de abril - Ex-policial Bola durante o primeiro dia de seu julgamento no Fórum de Contagem, em Minas Gerais
Foto: Renata Caldeira/TJ-MG
9 de 54
22 de abril - Enquanto ocorria o sorteio dos jurados, Bola aguardava com as mãos no rosto no plenário do Fórum
Foto: Renata Caldeira/TJ-MG
10 de 54
22 de abril - Ex-policial Bola chorou no primeiro dia de seu julgamento
Foto: Renata Caldeira/TJ-MG
11 de 54
22 de abril - Ex-policial nega envolvimento no desaparecimento e na morte de Eliza Samudio
Foto: Renata Caldeira/TJ-MG
12 de 54
22 de abril - Ex-policial Bola se manteve com semblante fechado durante o primeiro dia de julgamento
Foto: Renata Caldeira/TJ-MG
13 de 54
22 de abril - Delegada Ana Maria, de costas, durante o seu depoimento nesta segunda-feira
Foto: Renata Caldeira/TJ-MG
14 de 54
22 de abril - Segundo a defesa, Bola está sendo vítima de uma vingança do delegado Edson Moreira, com quem tem uma rixa
Foto: Renata Caldeira/TJ-MG
15 de 54
23 de abril - Bola mantém o semblante fechado no segundo dia de seu julgamento no Fórum de Contagem (MG)
Foto: Renata Caldeira/TJ-MG
16 de 54
23 de abril - Antes do início dos trabalhos do dia, Bola conversa com sua defesa dentro do plenário
Foto: Renata Caldeira/TJ-MG
17 de 54
23 de abril - Advogados que defendem Bola conversam no plenário antes do início da sessão desta terça-feira
Foto: Renata Caldeira/TJ-MG
18 de 54
23 de abril - Bola acompanhou no segundo dia do julgamento parte do depoimento de seu ex-colega de cela, Jaílson Alves de Oliveira
Foto: Renata Caldeira/TJ-MG
19 de 54
23 de abril - Bola se mantém sério no plenário do Fórum de Contagem (MG)
Foto: Renata Caldeira/TJ-MG
20 de 54
23 de abril - Promotor Henry Vasconcelos no segundo dia de julgamento de Bola
Foto: Renata Caldeira/TJ-MG
21 de 54
23 de abril - Sentado de costas, de vermelho, Jaílson Alves de Oliveira, ex-colega de cela do réu, é questionado pelo assistente de acusação, José Arteiro
Foto: Renata Caldeira/TJ-MG
22 de 54
23 de abril - Advogados de Bola também fizeram perguntas a Jaílson nesta terça-feira
Foto: Renata Caldeira/TJ-MG
23 de 54
23 de abril - Promotor Henry Vasconcelos faz questionamentos a Jaílson, ex-colega de cela de Bola
Foto: Renata Caldeira/TJ-MG
24 de 54
23 de abril Bola observa o deputado enquanto ele depõe
Foto: Renata Caldeira / TJMG
25 de 54
23 de abril O deputado estadual Durval Ângelo (PT-MG) fala como testemunha no julgamento de Bola. O parlamentar é presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de MG
Foto: Renata Caldeira / TJMG
26 de 54
24 de abril - Julgamento do ex-policial Bola chega no terceiro dia no Fórum de Contagem (MG), região metropolitana de Belo Horizonte
Foto: Renata Caldeira/TJ-MG
27 de 54
24 de abril - Sessão nesta quarta-feira começou por volta das 9h30
Foto: Renata Caldeira/TJ-MG
28 de 54
24 de abril - Jornalista José Cleves da Silva foi o primeiro a ser ouvido, testemunha arrolada pela defesa do réu
Foto: Renata Caldeira/TJ-MG
29 de 54
24 de abril - Na década pássada, Cleves foi indiciado pela polícia pela morte da ex-mulher, assassinada a tiros, mas absolvido na Justiça
Foto: Renata Caldeira/TJ-MG
30 de 54
24 de abril - O delegado que investigou Cleves foi Edson Moreira, também chefe das investigações do caso Eliza Samudio
Foto: Renata Caldeira/TJ-MG
31 de 54
24 de abril - A intenção dos 12 advogados de Bola é mostrar os erros e maldades do Edson Moreira nas duas investigações"
Foto: Renata Caldeira/TJ-MG
32 de 54
24 de abril - Bola é acusado pela morte e sumiço do corpo de Eliza Samudio, ex-amante do goleiro Bruno
Foto: Renata Caldeira/TJ-MG
33 de 54
24 de abril - Bola permaneceu no plenário durante depoimento do jornalista José Cleves
Foto: Renata Caldeira/TJ-MG
34 de 54
24 de abril - Julgamento do ex-policial Bola deve seguir até a próxima sexta-feira
Foto: Renata Caldeira/TJ-MG
35 de 54
24 de abril O delegado Edson Moreira depõe no julgamento de Marcos Aparecido dos Santos, o Bola
Foto: Renata Caldeira / TJMG
36 de 54
25 de abril - Julgamento do ex-policial Bola - acusado de matar, esquartejar e sumir com o corpo de Eliza Samudio - chega no quarto dia no Fórum de Contagem (MG)
Foto: Renata Caldeira/TJ-MG
37 de 54
25 de abril - Réu entrou no plenário do Fórum de Contagem (MG) por volta das 9h desta quinta-feira
Foto: Renata Caldeira/TJ-MG
38 de 54
25 de abril - Defesa de Bola antes do início da sessão desta quinta-feira
Foto: Renata Caldeira/TJ-MG
39 de 54
25 de abril - Assim como nos dias anteriores, Bola se manteve com semblante fechado no plenário
Foto: Renata Caldeira/TJ-MG
40 de 54
25 de abril - No início da sessão desta quinta-feira, delegado Edson Moreira prosseguiu com o seu depoimento, iniciado ainda ontem
Foto: Renata Caldeira/TJ-MG
41 de 54
25 de abril - Delegado Edson Moreira foi o responsável por comandar as investigações na época do desaparecimento de Eliza Samudio
Foto: Renata Caldeira/TJ-MG
42 de 54
25 de abril - Depoimento de Moreira prosseguiu nesta quinta-feira por conta de um pedido do advogado de Bola, Ércio Quaresma, que alegou cansaço na sessão de ontem
Foto: Renata Caldeira/TJ-MG
43 de 54
25 de abril - Expectativa agora é pelo depoimento do ex-policial Bola
Foto: Renata Caldeira/TJ-MG
44 de 54
26 de abril - O quinto dia de julgamento do ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, no Fórum de Contagem, foi reservado para a leitura de peças do processo
Foto: Renata Caldeira / TJMG
45 de 54
26 de abril - O quinto dia de julgamento do ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, no Fórum de Contagem, foi reservado para a leitura de peças do processo
Foto: Renata Caldeira / TJMG
46 de 54
26 de abril - O quinto dia de julgamento do ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, no Fórum de Contagem, foi reservado para a leitura de peças do processo
Foto: Renata Caldeira / TJMG
47 de 54
26 de abril - O quinto dia de julgamento do ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, no Fórum de Contagem, foi reservado para a leitura de peças do processo
Foto: Renata Caldeira / TJMG
48 de 54
26 de abril - O quinto dia de julgamento do ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, no Fórum de Contagem, foi reservado para a leitura de peças do processo
Foto: Renata Caldeira / TJMG
49 de 54
27 de abril - No sexto e última dia do julgamento, Bola foi condenado a 22 de prisão pela morte e ocultação de cadáver de Eliza Samudio
Foto: Renata Caldeira / TJMG
50 de 54
27 de abril - No sexto e última dia do julgamento, Bola foi condenado a 22 de prisão pela morte e ocultação de cadáver de Eliza Samudio
Foto: Renata Caldeira / TJMG
51 de 54
27 de abril - No sexto e última dia do julgamento, Bola foi condenado a 22 de prisão pela morte e ocultação de cadáver de Eliza Samudio
Foto: Renata Caldeira / TJMG
52 de 54
27 de abril - No sexto e última dia do julgamento, Bola foi condenado a 22 de prisão pela morte e ocultação de cadáver de Eliza Samudio
Foto: Renata Caldeira / TJMG
53 de 54
27 de abril - No sexto e última dia do julgamento, Bola foi condenado a 22 de prisão pela morte e ocultação de cadáver de Eliza Samudio
Foto: Renata Caldeira / TJMG
54 de 54
27 de abril - No sexto e última dia do julgamento, Bola foi condenado a 22 de prisão pela morte e ocultação de cadáver de Eliza Samudio
Foto: Renata Caldeira / TJMG
O caso Bruno
Eliza Samudio desapareceu no dia 4 de junho de 2010 após ter saído do Rio de Janeiro para ir a Minas Gerais a convite de Bruno. Vinte dias depois a polícia recebeu denúncias anônimas de que Eliza havia sido espancada por Bruno e dois amigos dele até a morte no sítio de propriedade do jogador, localizado em Esmeraldas, na Grande Belo Horizonte. O filho de Eliza, então com quatro meses, teria sido levado pela mulher de Bruno, Dayanne Rodrigues. O menino foi achado posteriormente na casa de uma adolescente no bairro Liberdade, em Ribeirão das Neves.
No dia seguinte, a mulher de Bruno foi presa. Após serem considerados foragidos, o goleiro e seu amigo Luiz Henrique Romão, o Macarrão, acusado de participar do crime, se entregaram à polícia. Pouco depois, Flávio Caetano de Araújo, Wemerson Marques de Souza, o Coxinha Elenilson Vitor da Silva e Sérgio Rosa Sales, outro primo de Bruno, também foram presos por envolvimento no crime. Enquanto a polícia fazia buscas ao corpo de Eliza, um motorista de ônibus denunciou o primo do goleiro como participante do crime. Apreendido, jovem de 17 anos relatou à polícia que a ex-amante de Bruno foi mantida em cativeiro e executada pelo ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, conhecido como Bola, que a estrangulou e esquartejou seu corpo. Ainda segundo o relato, o ex-policial jogou os restos mortais para seus cães.
No dia 30 de julho, a Polícia de Minas Gerais indiciou todos pelo sequestro e morte de Eliza, sendo que Bruno foi apontado como mandante e executor do crime. No início de dezembro, Bruno e Macarrão foram condenados pelo sequestro e agressão a Eliza, em outubro de 2009, pela Justiça do Rio. O goleiro pegou quatro anos e seis meses de prisão.
Publicidade
Em 17 de dezembro, a Justiça mineira decidiu que Bruno, Macarrão, Sérgio Rosa Sales e Bola seriam levados a júri popular por homicídio triplamente qualificado, sendo que o último responderá também por ocultação de cadáver. Dayanne, Fernanda, Elenilson e Wemerson responderiam por sequestro e cárcere privado.
No dia 19 de novembro de 2012, foi dado início ao julgamento de Bruno, Bola, Macarrão, Dayanne e Fernanda. Dois dias depois, após mudanças na defesa do goleiro, o tribunal decidiu desmembrar o processo. O júri condenou Macarrão, a 15 anos de prisão, e Fernanda Gomes de Castro, a cinco anos. No dia 8 de março de 2013, Bruno foi condenado a 22 anos e três meses de prisão, dos quais 17 anos e seis meses terão de ser cumpridos em regime fechado. Dayanne Rodrigues do Carmo, ex-mulher do goleiro e acusada de ser cúmplice no crime, foi absolvida. O ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, que é acusado como autor do homicídio, teve o júri marcado para abril de 2013.