- Marina Novaes
- Vagner Magalhães
- Direto de Santo André
A advogada Ana Lúcia Assad, que defende Lindemberg Alves Fernandes, acusado de matar a estudante Eloá Pimentel em 2008, pediu nesta quarta-feira que a população pare de hostilizá-la. "Eu não sou acusada, eu não sou ré", afirmou, em frente ao Fórum de Santo André, no ABC Paulista, onde acontece o terceiro dia do julgamento do caso. Enquanto a defensora falava com a imprensa, uma multidão que aguarda pelo desfecho do caso do lado de fora do prédio gritava "justiça" e palavras de ordem como "vai embora" e "fora".
Relembre o cárcere privado mais longo do Estado de São Paulo
"Eu peço aos populares que não me hostilizem. Eu não sou acusada, eu não sou ré. Fiquei muito chateada com essa hostilidade. Advogado de defesa não defende conduta, defende um direito. Justiça não se faz sem defesa", afirmou ela.
Ana Lúcia, que alega ter visto na imprensa notícias de que teria discutido com a mãe de Eloá no plenário, afirma que os protestos contra ela ocorreram após divulgação de tais informações. "Eu jamais me dirigi à Ana Cristina, eu nunca discutiria com ela. Eu me solidarizo com a família de Eloá. Deve ser uma dor horrorosa perder um filho", explicou.
Acompanhada dos advogados que representam a família da vítima, que afirmaram anteriormente que Ana Lúcia ameaçou abandonar o plenário em alguns momentos, a defensora negou que irá deixar o caso e descartou qualquer tentativa de anular o julgamento.
"Vou levar o júri até o final. Só saio dessa plenária com a decisão da juíza", afirmou. Ela disse ainda estar "otimista e confiante" de que a "verdade" aparecerá ao final do julgamento.
Hoje, o júri irá ouvir a última testemunha convocada, o policial militar do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) Paulo Sérgio Schiavo, que estava presente no momento da invasão do apartamento de Eloá durante o cárcere privado, que durou mais de 100 horas. Lindemberg também deve depor hoje e a expectativa é que o julgamento seja concluído ainda nesta quarta-feira.
O mais longo cárcere de SP
A estudante Eloá Pimentel, 15 anos, morreu em 18 de outubro de 2008, um dia após ser baleada na cabeça e na virilha dentro de seu apartamento, em Santo André, na Grande São Paulo. Os tiros foram disparados quando policiais invadiam o imóvel para tentar libertar a jovem, que passou 101 horas refém do ex-namorado Lindemberg Alves Fernandes. Foi o mais longo caso de cárcere privado no Estado de São Paulo.
Armado e inconformado com o fim do relacionamento, Lindemberg invadiu o local no dia 13 de outubro, rendendo Eloá e três colegas - Nayara Rodrigues da Silva, Victor Lopes de Campos e Iago Vieira de Oliveira. Os dois adolescentes logo foram libertados pelo acusado. Nayara, por sua vez, chegou a deixar o cativeiro no dia 14, mas retornou ao imóvel dois dias depois para tentar negociar com Lindemberg. Entretanto, ao se aproximar do ex-namorado de sua amiga, Nayara foi rendida e voltou a ser feita refém.
Mesmo com o aparente cansaço de Lindemberg, indicando uma possível rendição, no final da tarde no dia 17 a polícia invadiu o apartamento, supostamente após ouvir um disparo no interior do imóvel. Antes de ser dominado, segundo a polícia, Lindemberg teve tempo de atirar contra as reféns, matando Eloá e ferindo Nayara no rosto. A Justiça decidiu levá-lo a júri popular.
Acusação diz que vítimas de Lindemberg foram torturadas
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Acusado da morte de Eloá Pimentel, Lindemberg Alves chega no Fórum de Santo André para seu julgamento
Foto: Diogo Moreira
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Familiares da estudante Bianca Consoli, assassinada aos 19 anos no ano passado, aguardam para "prestar solidariedade" à mãe de Eloá
Foto: Marina Novaes
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Dezenas de curiosos aguardavam em fila para acompanhar o julgamento
Foto: Diogo Moreira
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Ana Cristina Pimentel, mãe de Eloá, chega para o julgamento do acusado pela morte de sua filha, Lindemberg Alves
Foto: Reinaldo Marques
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A defensora de Lindemberg, Ana Lúcia Assaf, alegou que ele não está sendo julgado de forma correta
Foto: Diogo Moreira
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Lindemberg Alves, acusado de matar a estudante Eloá Pimentel em 2008, é levado para o banco dos réus no fórum de Santo André
Foto: Reinaldo Marques
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Sala do fórum de Santo André já está pronta para o julgamento
Foto: Reinaldo Marques
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Repórteres entrevistam advogado antes do julgamento de Lindemberg Alves começar
Foto: Reinaldo Marques
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Jornalistas e curiosos se aglomeram em frente ao fórum de Santo André
Foto: Reinaldo Marques
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Fotógrafos e cinegrafistas acompanham a chegada de testemunhas e advogados no fórum de Santo André
Foto: Reinaldo Marques
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Fotógrafos foram convidados a entrar antes do julgamento começar
Foto: Reinaldo Marques
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Juízes e advogados se preparam para o julgamento de Lindemberg
Foto: Reinaldo Marques
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Sobrevivente do caso, Nayara chega ao Fórum de Santo André para depor sobre o cárcere e morte da amiga Eloá
Foto: Diogo Moreira
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Homem protesta em frente ao fórum preso em uma cruz com fotos de Eloá
Foto: Reinaldo Marques
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A advogada de Lindemberg, Ana Lúcia Assad, disse que seu cliente vai dar sua versão dos fatos
Foto: Reinaldo Marques
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Os advogados da família de Eloá, Ademar Gomes e José Beraldo, falam com a imprensa
Foto: Reinaldo Marques
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Movimentação da Polícia Militar em frente ao Fórum de Santo André, no início do segundo dia de julgamento
Foto: Mauro Horita
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A advogada de Lindemberg, Ana Lúcia Assad, chega ao fórum
Foto: Mauro Horita
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Lindemberg chega ao fórum para o segundo dia do julgamento
Foto: Mauro Horita
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Manifestantes gritaram palavras de ordem em frente ao fórum
Foto: Mauro Horita
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Os manifestantes usaram camisetas com foto de Isabella Nardoni
Foto: Mauro Horita
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Manifestante levou cruz para a frente do fórum
Foto: Mauro Horita
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Curiosos fazem fila para acompanhar o julgamento
Foto: Mauro Horita
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Carro que leva Lindemberg de São Paulo a Santo André é escoltado na chegada ao fórum
Foto: Mauro Horita
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Equipes da imprensa se preparam para cobertura do segundo dia do júri
Foto: Mauro Horita
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Carro que transporta o réu chega ao prédio do fórum
Foto: Mauro Horita
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Integrantes do júri e plateia aguardam início do segundo dia de julgamento
Foto: Mauro Horita
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Advogada de Lindemberg, Ana Lúcia Assad, se prepara para o segundo dia
Foto: Mauro Horita
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Advogados da família de Eloá conversam antes do início da sessão
Foto: Mauro Horita
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Jurados aguardam depoimento de testemunhas
Foto: Mauro Horita
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Jornalistas e curiosos aguardam para entrar no prédio do fórum
Foto: Mauro Horita
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Mãe de Eloá deixa o fórum ao lado do advogado
Foto: Mauro Horita
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Ana Cristina Pimentel, porém, voltou ao plenário para acompanhar o depoimento do filho Douglas
Foto: Mauro Horita
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Policiais acompanham a movimentação em frente ao Fórum de Santo André
Foto: Mauro Horita
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O advogado da família de Eloá, Ademar Gomes, reclamou da dispensa de sua cliente
Foto: Mauro Horita
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Assistente da defesa, o advogado Thiago Pinheiro chega ao Fórum para o segundo dia de julgamento
Foto: Mauro Horita
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O assistente de acusação e representante da família de Eloá, José Beraldo, chega ao Fórum
Foto: Mauro Horita
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Mãe de Eloá (de preto) deixa o Fórum de Santo André
Foto: Mauro Horita
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Ela concedeu entrevistas depois do depoimento do filho
Foto: Mauro Horita
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Para Ana Cristina Pimentel, Lindemberg não demonstrou arrependimento
Foto: Mauro Horita
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Ela falou com os jornalistas ao lado dos advogados
Foto: Mauro Horita
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'Eu vi que ele quer limpar a barra dele', disse
Foto: Mauro Horita
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Fila começou a se formar em frente ao Fórum de Santo André nas primeiras horas desta manhã
Foto: Mauro Horita
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José Beraldo, assistente de acusação e representante da família de Eloá, chega ao Fórum para terceiro dia de julgamento
Foto: Mauro Horita
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Policiais fazem segurança e organizam fila em frente ao Fórum
Foto: Mauro Horita
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Cerca de 200 pessoas aguardavam para garantir lugar na plateia do julgamento
Foto: Mauro Horita
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Viatura estaciona próxima ao Fórum de Santo André, onde ocorre o julgamento de Lindemberg
Foto: Mauro Horita
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O dia de hoje é um dos mais esperados já que há grande possibilidade de Lindemberg depor
Foto: Mauro Horita
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Lindemberg chegou ao fórum por volta das 9h
Foto: Mauro Horita
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Imagem feita do alto mostra multidão que aguardava em frente ao Fórum de Santo André
Foto: Mauro Horita
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Advogados e representantes da família de Eloá concedem entrevista
Foto: Mauro Horita
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Manifestantes gritavam por justiça em frente ao Fórum de Santo André
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O advogado da família de Eloá, Ademar Gomes, cumprimenta o assistente José Beraldo
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Equipe que trabalha na acusação de Lindemberg se prepara para terceiro dia de julgamento
Foto: Mauro Horita
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Juíza Milena Dias chega ao Fórum de Santo André
Foto: Mauro Horita
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Juíza Milena Dias comanda julgamento de Lindemberg
Foto: Mauro Horita
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A advogada de Lindemberg, Ana Lúcia Assad, sai do Fórum de Santo André acompanhada de Ademar Gomes, advogado da família de Eloá e assistente de acusação
Foto: Mauro Horita
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Gomes afirmou que os dois "estão em lados opostos apenas no tribunal" e disse que, fora dele, são amigos
Foto: Mauro Horita
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Ana Lúcia Assad falou aos repórteres sobre a fala de seu cliente. Essa será a primeira vez que Lindemberg será ouvido pela Justiça
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A advogada de Lindemberg disse que ele está "calmo, tranquilo e focado". "Está preparado para falar", afirmou
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"É o primeiro momento em que ele (Lindemberg) vai dar a versão dele. Ele vai falar a verdade", disse Ana Lúcia Assad
Foto: Mauro Horita
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Movimento "contra a impunidade" aguarda fim do julgamento na saída do fórum de Santo André
Foto: Mauro Horita
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O assistente de acusação José Beraldo concede entrevistas após manhã com depoimento de Lindemberg
Foto: Mauro Horita
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Profissionais de imprensa cercaram o assistente de acusação nesta manhã
Foto: Mauro Horita
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Jurista Luiz Flávio Gomes avaliou qual deve ser a estratégia da acusação
Foto: Mauro Horita
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A advogada Ana Lúcia Assad deixa o Fórum de Santo André após o terceiro dia de julgamento de seu cliente, que responde pela morte de Eloá
Foto: Mauro Horita
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A família de Eloá deixou o fórum em uma Base Comunitária Móvel da Polícia Militar
Foto: Mauro Horita
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O irmão mais velho de Eloá, Ronickson Pimentel dos Santos, volta para casa após o terceiro dia do julgamento de Lindemberg
Foto: Mauro Horita
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Após confessar ter atirado em Eloá e pedir perdão à família da ex-namorada, Lindemberg deixa fórum sob protestos de populares
Foto: Mauro Horita
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Viatura que leva Lindemberg entra direto no estacionamento subterrâneo do Fórum de Santo André
Foto: Mauro Horita
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Viatura que leva Lindemberg entra direto no estacionamento subterrâneo do Fórum de Santo André
Foto: Terra
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Manifestantes usaram grades de isolamento para colar cartazes de protesto
Foto: Mauro Horita
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Inscrições pediam por justiça
Foto: Mauro Horita
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O acusado chegou ao fórum por volta das 8h20
Foto: Mauro Horita
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Mãe e irmão de Eloá, Ronickson, acompanham debate entre defesa e acusado, que deve durar cerca de três horas
Foto: Mauro Horita
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Parentes de Eloá devem deixar o plenário somente com a divulgação da sentença
Foto: Mauro Horita
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Julgamento acontece no Fórum de Santo André, no ABC Paulista
Foto: Mauro Horita
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Advogada de Lindemberg, Ana Lúcia Assad, se prepara para quarto dia de julgamento
Foto: Mauro Horita
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Assistente de acusação conversa com jornalistas na parte externa do fórum
Foto: Mauro Horita
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O advogado da família de Eloá, José Beraldo, conversa com jornalistas na entrada do Fórum de Santo André
Foto: Mauro Horita
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Ele atua no julgamento como assistente de acusação
Foto: Mauro Horita
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Manifestantes esperam pelo julgamento do lado de fora do fórum
Foto: Mauro Horita
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Mãe de Eloá agradece o apoio popular minutos antes da divulgação da sentença de Lindemberg
Foto: Thales Stadler/ABC Digi Press
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Escoltado por policiais, Lindemberg deixa fórum em camburão
Foto: Thales Stadler/ABC Digi Press
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Lindemberg deve retornar ao presídio de Tremembé, onde aguardava o julgamento
Foto: Thales Stadler/ABC Digi Press
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Ana Cristina Pimentel, mãe de Eloá, concede entrevista coletiva após a condenação de Lindemberg
Foto: Mauro Horita
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Público em frente ao fórum comemora a condenação de Lindemberg Alves
Foto: Mauro Horita
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Assistentes de acusação e membros da promotoria festejam após a divulgação da sentença
Foto: Mauro Horita
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O assistente de acusação José Beraldo conversa com jornalistas após o fim do julgamento
Foto: Mauro Horita
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Andréia Rodrigues, mãe de Nayara, disse que apenas Deus pode perdoar Lindemberg por seus crimes
Foto: Mauro Horita
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A promotora Daniela Hashimoto disse que a condenação de Lindemberg foi uma resposta da sociedade à banalização da violência
Foto: Mauro Horita
Fonte: Terra