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Prefeito de Porto Alegre pede que PM garanta saída de ônibus de garagens

Paralisação dos rodoviários afeta o transporte coletivo na capital gaúcha desde o início da semana; Fortunati cogita apelar para a Força Nacional

31 jan 2014 - 08h26
(atualizado às 15h03)

Em meio à greve que leva os moradores de Porto Alegre a enfrentar o terceiro dia sem ônibus circulando, o prefeito José Fortunati (PDT) encaminhou nesta sexta-feira ofício ao comando da Brigada Militar (a PM gaúcha), para que garanta a abertura das garagens dos ônibus, obstruídas por rodoviários em greve. Paralelamente a isso, Fortunati afirmou, em entrevista coletiva, que entrou com representação junto ao Tribunal Regional do Trabalho (TRT) para que agende uma nova audiência de conciliação ainda hoje.

"Isto é fundamental, hoje está mais do que claro. Para que nós consigamos colocar ônibus nas ruas, nós precisamos da segurança pública. E quem faz a segurança é a Brigada Militar. Já entramos com a ação. Oficiei o comandante da Brigada Militar. Como não obtive resposta até poucos minutos atrás, estou entrando com representação junto ao TRT. Primeiro, para que solicite que a Brigada Militar cumpra com o seu papel e, segundo, para agendar uma nova audiência de conciliação ainda hoje", disse o prefeito de Porto Alegre.

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Segundo a prefeitura, os ofícios foram encaminhados ao comandante-geral da Brigada Militar, coronel Fábio Duarte Fernandes, e ao comandante de policiamento da Capital, coronel João Diniz Godoi. “Mobilizamos profissionais para conduzirem os ônibus, mas constatamos que é impossível colocar os veículos nas ruas devido à falta de segurança. Então, precisamos do suporte da Brigada Militar para que o transporte coletivo opere sem riscos para motoristas, cobradores e passageiros. Só ontem tivemos mais de 20 ônibus depredados. Eu não posso colocar em risco a vida de profissionais e usuários”, afirmou o prefeito José Fortunati.

Fortunati afirmou ainda que não cederá às pressões das empresas responsáveis pelo transporte público de Porto Alegre para que aumente o valor das passagens antes de decisão do Tribunal de Contas do Estado (TCE) sobre o novo cálculo das tarifas. "É uma pressão para que a prefeitura assuma a seguinte responsabilidade: aumenta a passagem. Eu não vou aumentar enquanto eu não tiver todos os indicadores que me deem segurança", garantiu.

Após a entrevista coletiva, Fortunati foi questionado por jornalistas se cogitaria utilizar policiais militares como motoristas de ônibus. A medida seria possível, já que alguns PMs portam a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) do tipo "D" e foram treinados para fazer esse serviço na Copa do Mundo. Segundo a assessoria de imprensa da prefeitura, Fortunati respondeu que, caso a Brigada Militar colocasse esses PMs à disposição, aceitaria prontamente. O prefeito, entretanto, ressaltou que a prioridade é garantir a segurança dos coletivos.

Mais cedo, por meio de seu perfil no Twitter, Fortunati já havia criticado a atuação da Brigada Militar e cogitou apelar para a Força Nacional para garantir a circulação dos coletivos. Os grevistas descumpriram um acordo feito na quinta-feira e, em vez de garantir 50% da frota nas ruas, não permitiram que nenhum ônibus deixasse as garagens. A paralisação chega nesta sexta-feira ao seu quinto dia.

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"Infelizmente nem mais decisões judiciais e acordos são cumpridos. E a greve geral do transporte coletivo continua. Estou oficiando ao Comando de Policiamento da Capital - BM para que garanta a abertura das garagens dos ônibus obstruídas por piquetes e a segurança dos veículos nos seus itinerários. Se isto não for atendido, vou entrar com uma ação judicial para obter esta garantia", escreveu o prefeito.

"Nada disso adiantando vou apelar para que o governo federal mande a Força Nacional para dar garantias de mobilidade à população de POA. Ontem, mais uma vez, ônibus foram depredados e houve a tentativa de incendiar um colocando em risco a vida dos profissionais e dos usuários. Por isso a presença da Brigada Militar é indispensável para garantir a integridade física das pessoas", continuou Fortunati.

Os rodoviários haviam se comprometido com a suspensão temporária da greve geral e deveriam voltar a atender a população nesta sexta-feira, mas resolveram voltar a cruzar os braços. Além de não colocar coletivos nas ruas, os grevistas também estão descumprindo ordem judicial divulgada na terça-feira que determinou a manutenção, durante o movimento grevista, de 70% da frota de ônibus circulando nos horários de pico e de 30% nos demais horários, sob pena de multa diária de R$ 50 mil. A greve foi considerada ilegal pela Justiça e as empresas de ônibus estão autorizadas a descontar os dias parados dos salários dos empregados.

"Também apelo para que os Sindicatos dos Rodoviários e dos empresários sentem hoje pela manhã para buscar um acordo trabalhista que envolve as duas partes em conflito. Quem está pagando o preço da paralisação é o cidadão de menor poder aquisitivo que não consegue se deslocar", concluiu ele.

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Racha no sindicato

Na entrevista concedida nesta manhã, Fortunati também comentou as alegações de parte da categoria, que não se sentiria representada pelo presidente do sindicato dos rodoviários, Julio "Bala" Pires. Segundo Fortunati, apesar de haver uma disputa interna no sindicato, tanto a presidência quanto a oposição assinaram o acordo firmado no TRT.

"É uma disputa, infelizmente, entre duas facções dentro do sindicato. Mas, se nós pegarmos o acordo assinado ontem, lá estavam as duas partes. As duas fações, presidência do sindicato e oposição, assinaram o acordo. A disputa entre eles está sendo mais importante do que o interesse público, do que o interesse da população, do que o interesse dos demais trabalhadores. Essa é uma desculpa que nós não podemos aceitar", atacou.

Fonte: Terra
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