Laudo preliminar aponta presença de ácido em água mineral após homem ter quadro de intoxicação em SP

Caso ocorreu em Garça, no interior do Estado; resultado depende ainda de análise química para determinar a substância encontrada. Mineratta, empresa responsável pela água, diz que segue à disposição das autoridades

18 nov 2025 - 07h06
(atualizado às 23h50)

As investigações da Polícia Civil de São Paulo apontam para indícios de que duas garrafas de água mineral contaminadas, recolhidas após a hospitalização de um homem no mês passado em Garça, no interior do Estado, possuíam ácido na sua composição.

A reportagem teve acesso ao laudo preliminar realizado pelo Instituto de Criminalística da Polícia Técnico-Científica. O documento informa que as duas garrafas analisadas, apreendidas em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Garça, estavam com o lacre rompido, possuíam líquido de "coloração levemente amarela", formavam "bolhas ao serem agitadas" e apresentavam "odor de substância ácida".

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"Foi realizado teste de pH com uso de fitas teste, obtendo-se o mesmo valor de pH para ambas, entre 0 e 1, indicando que se trata de um ácido forte", diz trecho do laudo. O pH é um indicador da acidez de uma solução - quanto menor o índice, maior o nível de acidez.

Laudo preliminar da Polícia Técnico-Científica aponta presença de ácido em garrafas de água mineral que causaram quadro de intoxicação em Garça (SP)
Laudo preliminar da Polícia Técnico-Científica aponta presença de ácido em garrafas de água mineral que causaram quadro de intoxicação em Garça (SP)
Foto: Polícia Civil/Reprodução / Estadão

Segundo a polícia, o resultado é preliminar e depende ainda de uma análise química complementar para determinar com exatidão a substância encontrada.

Procurada pelo Estadão, a empresa Mineratta, responsável pela produção da água, disse que acompanha o caso de perto e que prestou apoio ao paciente que precisou ser hospitalizado. Informou ainda que o laudo "descarta falha no envase do nosso produtos" e que as garrafas "foram adulteradas".

Em outubro, um homem precisou ser atendido em uma unidade emergencial de Garça após ingerir água mineral de uma garrafa da marca Mineratta em uma UPA. Ele foi medicado e recebeu alta. Na ocasião, o secretário de Saúde do município, Pedro Scartezini, disse que o produto estava contaminado e orientou que as pessoas não ingerissem a água da marca até o caso ser esclarecido.

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A reportagem voltou a procurar a Prefeitura de Garça, mas não obteve retorno até a publicação deste texto.

Além da apreensão na UPA das duas garrafas de água suspeitas de estarem contaminadas, outras 117 garrafas da Mineratta também foram recolhidas de distribuidoras da cidade e da própria empresa para serem analisadas. Conforme a polícia, apenas os produtos que estavam na unidade de saúde apresentaram indícios de contaminação.

"As demais amostras do mesmo lote, coletadas em distribuidoras e na empresa, estavam íntegras e sem qualquer anormalidade, afastando indício de falha na produção", disse a Polícia Civil em nota.

Ainda no mesmo comunicado, a Mineratta reforça que demais amostras do mesmo lote coletadas "estavam integras e sem qualquer anormalidade".

"A fonte responsável pelo envase segue rigorosos controles internos de qualidade e também está colaborando com as investigações", diz a empresa. "Seguimos à disposição das autoridades para auxiliar nas investigações afim de descobrir a onde aconteceu a adulteração e a autoria".

Quando o caso veio à tona, a DBG - Distribuidora de Bebidas Garça, que faz a distribuição da Mineratta, se manifestou dizendo que acompanhava o caso de perto. "Reforçamos que a empresa envasadora responsável segue rigorosos padrões de controle de qualidade, cumprindo integralmente as normas e protocolos exigidos pela legislação vigente", afirmou a empresa em comunicado.

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