As famílias que estão comparecendo, nesta quarta-feira, 29, o posto do Detran, na região central do Rio de Janeiro, com o intuito de reconhecer os corpos de pessoas mortas na megaoperação ocorrida no Complexo da Penha, estão recebendo o auxílio da Defensoria Pública para facilitar o processo de liberação. Para isso, o órgão está fornecendo acompanhamento psicológico e orientações jurídicas.
Receba as principais notícias direto no WhatsApp! Inscreva-se no canal do Terra
A Defensora Pública e Coordenadora da Coordenação Geral de Programas Institucionais (COGPI), Mirela Assad, contudo, revelou que a equipe de profissionais ficou surpresa com a discrepância do número de mortos que estava sendo noticiado em relação ao cenário que foi encontrado.
“Nós dormimos com um quantitativo informado pela imprensa com cerca de 50 mortos e ao amanhecer esse número já tinha dobrado. Não sei se está crescendo porque a busca de corpos no local ainda está sendo feita”, explicou.
Até o momento, já são mais de 130 mortes confirmadas. De acordo com Mirela, o maior desafio tem sido auxiliar pessoas que buscam a liberação dos corpos sem ter vínculo familiar. “São pessoas de fora do estado e que não têm parentes aqui no Rio”.
A profissional acrescentou ainda que, em alguns casos, é necessário entrar em contato com autoridades de outras localidades para que a Defensoria possa cooperar no fornecimento de traslado dos corpos.
Ao longo desta quarta-feira, 29, dezenas de pessoas estão passando pelo Detran e o Instituto Médico Legal (IML) em busca de informações sobre desaparecidos na megaoperação que foi a mais letal da história da capital carioca.
Mais cedo, as forças de segurança do Rio concederam entrevista coletiva e, diante do cenário, afirmaram que, apesar da “alta letalidade”, o “dano colateral foi muito pequeno” para a operação que foi planejada a partir de uma investigação que teve um ano de duração.