'Dormimos com 50 mortos, amanhecemos com o dobro': Defensoria revela surpresa com o aumento de vítimas

Órgão presta apoio psicológico e jurídico a parentes e amigos que buscam liberar corpos no IML; número de mortos já ultrapassa 130

29 out 2025 - 16h47
(atualizado às 20h17)
Moradores do Complexo da Penha, na zona norte do Rio de Janeiro, levam ao menos 50 corpos para a Praça São Lucas, na Estrada José Rucas, no início da manhã desta quarta-feira, 29, após a megaoperação mais letal da história do Estado. O ativista Raull Santiago, do Instituto Papo Reto, afirmou que os corpos foram encontrados em uma área de mata na Serra da Misericórdia
Moradores do Complexo da Penha, na zona norte do Rio de Janeiro, levam ao menos 50 corpos para a Praça São Lucas, na Estrada José Rucas, no início da manhã desta quarta-feira, 29, após a megaoperação mais letal da história do Estado. O ativista Raull Santiago, do Instituto Papo Reto, afirmou que os corpos foram encontrados em uma área de mata na Serra da Misericórdia
Foto: JOSE LUCENA/THENEWS2/ESTADÃO CONTEÚDO

As famílias que estão comparecendo, nesta quarta-feira, 29, o posto do Detran, na região central do Rio de Janeiro, com o intuito de reconhecer os corpos de pessoas mortas na megaoperação ocorrida no Complexo da Penha, estão recebendo o auxílio da Defensoria Pública para facilitar o processo de liberação. Para isso, o órgão está fornecendo acompanhamento psicológico e orientações jurídicas.

A Defensora Pública e Coordenadora da Coordenação Geral de Programas Institucionais (COGPI), Mirela Assad, contudo, revelou que a equipe de profissionais ficou surpresa com a discrepância do número de mortos que estava sendo noticiado em relação ao cenário que foi encontrado. 

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“Nós dormimos com um quantitativo informado pela imprensa com cerca de 50 mortos e ao amanhecer esse número já tinha dobrado. Não sei se está crescendo porque a busca de corpos no local ainda está sendo feita”, explicou.

Mirela Assad, defensora pública e coordenadora da Coordenação Geral de Programas Institucionais do Rio
Foto: Éros Mendes/Terra

Até o momento, já são mais de 130 mortes confirmadas. De acordo com Mirela, o maior desafio tem sido auxiliar pessoas que buscam a liberação dos corpos sem ter vínculo familiar. “São pessoas de fora do estado e que não têm parentes aqui no Rio”.

A profissional acrescentou ainda que, em alguns casos, é necessário entrar em contato com autoridades de outras localidades para que a Defensoria possa cooperar no fornecimento de traslado dos corpos. 

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Ao longo desta quarta-feira, 29, dezenas de pessoas estão passando pelo Detran e o Instituto Médico Legal (IML) em busca de informações sobre desaparecidos na megaoperação que foi a mais letal da história da capital carioca.

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Mais cedo, as forças de segurança do Rio concederam entrevista coletiva e, diante do cenário, afirmaram que, apesar da “alta letalidade”, o “dano colateral foi muito pequeno” para a operação que foi planejada a partir de uma investigação que teve um ano de duração.

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Fonte: Portal Terra
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