'Cláudio Castro, assassino terrorista': Faixa de moradores critica governador após operação no Rio com mais de 100 mortos

Reação ocorre após ação corpos serem retirados de áreas de mata e levados à praça em comunidade

29 out 2025 - 14h26
(atualizado às 14h29)
Resumo
Moradores do Rio de Janeiro protestaram contra o governador Cláudio Castro após operação policial nos complexos do Alemão e da Penha que resultou em mais de 100 mortos, sendo a mais letal da história do estado.
Moradores exibem faixa em protesto ao governador do Estado do Rio de Janeiro
Moradores exibem faixa em protesto ao governador do Estado do Rio de Janeiro
Foto: Reprodução/Instagram:@raullsantiago

Moradores dos complexos do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro, exibiram uma faixa em que chamam o governador Cláudio Castro (PL) de "assassino terrorista", em reação à megaoperação que deixou mais de cem mortos. Desde a madrugada desta quarta-feira, 29, corpos foram retirados de áreas de mata e levados para uma praça.

A imagem da faixa em protesto contra a operação foi registarda e compartilhada pelo ativista Raull Santiago. Nas redes sociais, moradores denunciaram que determinados óbitos se tratam de execuções.

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A ação desta terça-feira, 28, justificada pelo governo como um combate à expansão do Comando Vermelho (CV), teve 132 mortes, segundo a Defensoria Pública do Rio de Janeiro ao Terra.

Já o Castro confirmou, em entrevista coletiva nesta quarta, 121 mortos. O governador evitou cravar o número atualizado de mortos na operação e afirmou que um possível balanço "não se faz com imagens e vídeos". 

Castro se referia aos registros feitos na madrugada desta quarta, quando moradores dos complexos do Alemão e da Penha retiraram dezenas de corpos de áreas de mata na divisa das duas regiões e os levaram até uma praça. O transporte foi feito de kombi até a praça São Lucas, na Penha.

O governador frisou considerar apenas os quatro policiais mortos na ação como vítimas da ação.

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"Queria me solidarizar com as famílias dos meus quatro guerreiros, que ontem deram a vida para libertar a população. Aquelas foram as verdadeiras quatro vítimas que tivemos ontem. De vítimas, ontem, lá, só tivemos os policiais", diz Castro.

Defensoria Pública confirma mais de 130 mortos em megaoperação no Rio
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Ainda que o número de mortes ainda esteja em debate, a operação já é a que mais matou no Rio. De acordo com levantamento do Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos da Universidade Federal Fluminense (Geni-UFF), a operação é a mais letal da história do Rio e superou a chacina policial no Jacarezinho (Zona Norte) em maio de 2021, quando 28 pessoas foram mortas em conflito com as forças do Estado – contando o óbito de um policial.

Os pesquisadores apontam, ainda, que as três operações policiais na cidade do Rio com mais óbitos registrados desde 1990 aconteceram durante o governo de Castro, reeleito governador na eleição passada, em 2022.

De acordo com o governo, foram mais de 60 dias de planejamento com inteligência, levantamentos, mapas e distribuição tática das tropas. Além disso, todos os policiais estavam com câmeras corporais, afirmou o estado. 

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O balanço divulgado oficialmente pelo governado do estado aponta que 113 pessoas foram presas, sendo 33 de outros estados, além de 10 adolescentes detidos. No total, 118 armas, incluindo 91 fuzis, e uma tonelada de drogas foram apreendidas

Fonte: Portal Terra
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