Restaurante criado por médico argentino faz sucesso com equipe só com pessoas autistas

No bairro de Palermo, em Buenos Aires, Fernando Polack se inspirou na filha, que é autista, para fundar o restaurante

28 mar 2024 - 15h49
(atualizado às 15h49)
Resumo
Fernando Polack fundou o restaurante Alamesa para ajudar a comunidade neurodiversa, e conta com a liderança dele e o apoio de sua filha autista.
Inaugurado no dia primeiro de março, Alamesa possui funcionários com idades entre 18 e 49 anos
Inaugurado no dia primeiro de março, Alamesa possui funcionários com idades entre 18 e 49 anos
Foto: Reprodução: Instagram/alamesaresto

Fernando Polack, renomado médico e ex-professor da Universidade John Hopkins, é reconhecido por seu trabalho na pesquisa da vacina da Pfizer. Paralelamente, ele fundou o restaurante Alamesa, um estabelecimento formado por uma equipe de pessoas autistas.

Localizado no bairro de Palermo, em Buenos Aires, na Argentina, o restaurante foi inaugurado no dia primeiro de março. A grande inspiração do médico para fundar o estabelecimento foi a filha Julia, de 25 anos, que é autista. 

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“Decidi dedicar minha vida a ajudar famílias que, a partir de um determinado momento, enfrentam enormes dificuldades para integrar filhos com neurodiversidade. Essas pessoas têm um olhar diferente do mundo e a sociedade sempre pensa do ponto de vista do integrador, não do integrado”, disse ao jornal O Globo.

O Alamesa adota uma abordagem única em sua operação. Sob a liderança de Polack, cada aspecto, desde a cozinha até a distribuição do restaurante, foi meticulosamente planejado para atender às necessidades das 40 pessoas da equipe, autistas que possuem entre 18 e 49 anos. Isso inclui o design dos pratos, a disposição dos carrinhos de comida e até mesmo a seleção do cardápio.

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No restaurante, os funcionários têm o suporte de duas psicólogas que estão disponíveis para ajudar sempre que necessário, proporcionando assistência em momentos de dificuldade. Além disso, há uma grande sala de descanso para a equipe, um ambiente propício para conversar, cultivar uma horta ou simplesmente descansar um pouco.

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Após o encerramento do turno de seis horas, as famílias também desempenham um papel importante, oferecendo apoio e encorajamento a seus filhos, irmãos e netos que trabalham no restaurante.

“Sabíamos que daria certo, mas nunca imaginamos este sucesso. Criamos algo diferente e mostramos que é possível. Hoje é um restaurante, mas poderia ser uma padaria ou uma farmácia, basta ter o olhar da neurodiversidade”, disse o diretor executivo, Sebastián Wainstein, ao jornal O Globo.

O restaurante tornou-se a mais recente sensação de Buenos Aires, atraindo uma clientela diversificada, como famosos, políticos e embaixadores estrangeiros.

Embora tenha um cardápio elaborado por um renomado chef japonês e tenha sempre longas filas para entrar no Alamesa, para Polack, o verdadeiro triunfo é poder ajudar a comunidade neurodiversa.

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Fonte: Redação Nós
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