Negro e gay, Francisco cria sozinho 6 crianças adotivas

Jornalista também foi adotado na infância e busca educar os filhos explicando questões de gênero e raça

13 ago 2022 - 05h00
O escritor afirma que o afeto é o combustível da relação com os filhos
O escritor afirma que o afeto é o combustível da relação com os filhos
Foto: Reprodução: Redes Sociais

“Sempre quis ser pai, desde os meus 15 anos de idade. Quando me perguntavam o que eu queria ser quando crescesse, eu respondia que queria ser pai”. Foi com essa certeza que o jornalista e acadêmico de Direito, Francisco Borges, de 44 anos enfrentou o processo de adoção e se tornou pai solo de seis filhos.

Aos 3 anos de idade, Francisco foi abandonado por sua mãe biológica em um bairro nobre de São Paulo. Até os 5 anos ele viveu na Fundação Estadual para o Bem-Estar do Menor, hoje chamada de Fundação CASA, até ser adotado por um casal negro. Foi essa base familiar que proporcionou ao escritor um entendimento maior em questões de raça e gênero.  

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A história de adoção de Francisco deu um “start” quando ele completou suas três décadas de vida e entrou na fila da adoção, mesmo solteiro. O primeiro a ser adotado foi Victor, que chegou em sua casa ainda recém-nascido. Doze anos depois, aos 42 anos, Francisco resolveu aumentar a família e voltou para a fila da adoção. Pouco tempo depois chegaram os irmãos biológicos Gabriel e Maikon para tornar a convivência ainda mais feliz.

Tempos depois, Francisco conheceu através de um programa de adoção três irmãos do Espírito Santo que estavam há muitos anos em busca de um lar. Hoje o escritor é pai de seis meninos e acredita que é o afeto o combustível dessa relação.  

“Me tornei uma pessoa melhor depois da adoção. Adoção é ato de amor e de responsabilidade social também. Adoção não é como uma roupa que você compra e, se não gostar, deixa guardada no armário”, explica.

“Me tornei uma pessoa melhor depois da adoção", garante Francisco
Foto: Arquivo Pessoal

Francisco relata que conversa com seus filhos sobre raça, gênero e racismo sempre de forma natural e que estes assuntos que já estão inseridos no cotidiano da família através das tarefas de casa e nas brincadeiras. "Conversamos sobe quem somos, quem são os nossos ancestrais. Conversamos sobre classe, oportunidades e a importância de olharmos as nossas necessidades de forma coletiva. Tenho seis filhos e são crianças e adolescentes lindos, especiais demais, que me ensinam a cada dia o que é ser família. Vamos, aos poucos, fortalecendo os nossos laços”, celebra.

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Fonte: Redação Nós
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