A Renault decidiu tirar do cofre um dos nomes mais carismáticos de sua história e, ao que tudo indica, fez isso com uma convicção quase cirúrgica. O novo Twingo E-Tech, totalmente elétrico, é a prova de que a nostalgia não só vende, como pode ditar o futuro dos compactos urbanos. A promessa era ousada: manter o design do conceito apresentado em 2023 quase intacto e entregar um carro abaixo dos 20 mil euros. Promessa feita, promessa cumprida.
O que salta aos olhos de cara é o charme absurdo do Twingo. Ele não tenta reinventar o original de 1992 — ele abraça aquele espírito por inteiro, mas traduzido para 2026. As formas arredondadas, o sorriso formado pelos faróis e as proporções curtinhas criam um visual que parece brincar com quem olha. A Renault descreve o carro como "ensolarado" e "travesso", n aquele papo de propaganda, mas funciona. Em uma era de SUVs quase idênticos, o Twingo volta justamente para lembrar que carro urbano tem que ter personalidade.
Apesar do apelo retrô, há modernidade de sobra: faróis e lanternas saltados da carroceria, detalhes aerodinâmicos discretos e aquele novo logo estilizado, que aparece em tudo, do painel às capas das rodas. Com 3,78 metros de comprimento e 1,49 m de altura, ele é ainda menor que um Mini — mas parece maior por dentro. A cabine preserva o clima divertido, com telas de 7 e 10 polegadas, muitos controles físicos (felizmente) e até um "jingle de boas-vindas" criado em parceria com Jean-Michel Jarre, veterano da música eletrônica.
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