A disputa global pela liderança da indústria automotiva elétrica ganhou mais um capítulo e, desta vez, o alerta veio direto de quem está na dianteira da corrida. Para Stella Li, vice-presidente executiva da BYD, a tentativa da União Europeia de suavizar o fim dos motores a combustão não protege suas montadoras, mas aprofunda um problema que já existe: a falta de foco estratégico diante da ascensão chinesa.
Durante uma coletiva realizada em Londres, Li foi direta ao comentar os debates em torno do Pacto Verde Europeu e a flexibilização das metas ambientais. Para ela, o erro não está apenas no adiamento da proibição dos carros a combustão, mas na mensagem que isso envia à indústria. "Quando você impulsiona uma direção e depois recua, afeta todo o planejamento de pesquisa e desenvolvimento", afirmou. "Como competir com uma empresa que acredita apenas em um caminho?"
Na visão da executiva, o maior problema das montadoras europeias é tentar abraçar múltiplas tecnologias ao mesmo tempo. Enquanto parte da indústria divide recursos entre motores a combustão, híbridos, híbridos plug-in e elétricos puros, a BYD segue uma rota clara: eletrificação como eixo central, com elétricos e híbridos plug-in DM-i ocupando praticamente todo o portfólio. "Nunca há dinheiro suficiente para apostar em dois caminhos ao mesmo tempo", disse Li. "E quando se faz isso, nenhuma área é dominada de verdade".
A fala ajuda a entender por que a BYD afirma não se preocupar com eventuais revisões regulatórias na ...
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