Coluna do Calmon: marca chinesa desenvolve motor a combustão antes impensável

Montadora Omoda & Jaecoo, do grupo Chery, apresenta novo motor a gasolina com eficiência energética inédita em evento na China

31 out 2025 - 05h59
(atualizado às 13h27)
Novo motor SHS da Omoda & Jaecoo tem eficiência impressionante
Novo motor SHS da Omoda & Jaecoo tem eficiência impressionante
Foto: O&J/Divulgação

No maior mercado do mundo para veículos 100% elétricos seria natural concluir que motores a combustão interno estariam condenados ao abandono em curto prazo. No máximo seriam utilizados para acionar geradores a bordo que recarregam baterias e estender o alcance de carros elétricos em países de grande extensão territorial (como a China), onde a infraestrutura de recarga em estradas é rarefeita e cara.

Todavia, vem exatamente da China a notícia de que as marcas Omoda e Jaecoo, do Grupo Chery, apresentaram em evento local realizado pelo conglomerado um motor a gasolina em desenvolvimento que rompe com todas as referências ou limites conhecidos até agora. Pormenores foram revelados pelo site português Razão Automóvel.

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Motor alcança eficiência até antes inimaginável

Para se ter ideia deste avanço basta saber que motores atuais a gasolina de aspiração natural apresentam limite de 13:1 de taxa de compressão (apenas a japonesa Mazda trabalha com taxa exclusiva de 15:1, no motor Skyactiv-X). O que está em desenvolvimento na China funciona com nada menos de 26:1, o dobro. As câmaras de combustão suportam pressões internas superiores a 350 bar.

Novos Omoda 5 HEV e Omoda 7 SHS
Foto: O&J/Divulgação

O sistema de recirculação de gases de escapamento (EGR, na sigla em inglês) alcança um percentual extremamente elevado de 35% para permitir baixar a temperatura da combustão, sem penalizar o rendimento. A eficiência térmica dos melhores motores a gasolina supera por pouco os 30%. Pois este alcança 48%, muito acima de motores Diesel. E para terminar: o movimento dos pistões é controlado por um mecanismo triplo de bielas hiperbólicas.

Linguagem técnica demais — reconheço —, mas foi necessária para se ter ideia do que o futuro pode representar em termos de evolução. Claro, não há garantia de que este motor possa ser fabricado a preço razoável algum dia ou se enquadre em leis severas de emissões.

Enquanto isso, a Europa permanece dividida em relação à proibição de venda de automóveis com motores a combustão, a partir de 2035. Enquanto Alemanha e Itália continuam a defender algum grau de flexibilidade, França e Espanha são contra. Mas agora estes dois países já admitem subsídios aos fabricantes que produzem veículos elétricos e seus componentes na Europa.

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