As estatísticas apontam que ainda há motoristas e, principalmente, ocupantes desatentos quanto ao uso de cintos de segurança. Nas próximas duas semanas estradas de todo o País estarão com tráfego intenso. Existe uma tendência de relaxamento com as horas a mais dentro do veículo. Se o carro para em razão de acidente ou excesso de veículos, costuma-se até desligar o motor e muitas vezes desatam-se os cintos de segurança. Importante jamais reiniciar o movimento, sem que todos a bordo estejam com os cintos afivelados de novo.
Segundo estatísticas da Abramet (Associação Brasileira de Medicina de Tráfego), o risco de morte em um acidente cai até 60% quando os ocupantes dos bancos dianteiros usam os cintos. Para quem viaja atrás esse percentual diminui para 44%, embora ainda bastante alto. À exceção do ocupante que viaja no meio do banco traseiro: em caso de acidentes mais sérios, a possibilidade de sobrevivência é quase nula sem o cinto de dois ou três pontos. Não há os encostos dos bancos dianteiros que possam de alguma forma absorver, parcialmente, o violento choque do corpo arremessado contra partes indeformáveis como para-brisa ou painel dianteiro.
Estatísticas da Polícia Rodoviária Federal apontam que entre 2007 e 2024 as multas por motorista ou passageiros não fazerem uso dos cintos subiram nada menos de 140%, bem acima do que a frota circulante aumentou no período. Câmeras de vigilâncias em estradas pedagiadas também podem flagrar motorista e passageiro ao seu lado sem os cintos e repassar imagens da infração para qualquer policiamento estadual ou federal.
Dirigir com sonolência é outro grande problema de segurança no trânsito rodoviário, principalmente à noite. Pesquisadores do Reino Unido e da China testaram quatro maneiras possíveis de usar alertas de assistentes de voz: ouvir passivamente, ouvir com atenção, repetir frases e responder perguntas. Os resultados mostraram que a interação ativa — especialmente repetir e responder — foi a mais eficaz para manter os motoristas alertas. Por enquanto, há apenas uma luz que se acende no quadro de instrumentos em caso de sonolência.
Ford, Renault e VW apresentam planos para 2026
Em um mês de dezembro com retrospectivas tradicionais, pelo menos três fabricantes acenaram, ainda sem pormenores obviamente, o que pretendem lançar em 2026 e nos próximos anos.
A Ford planeja 20 ações de produtos até o final de 2027. Previsões para os mais importantes: picape Ranger híbrida plugável flex; SUV Everest de sete lugares (arquitetura da Ranger) já à venda na Argentina; SUV Territory flex importado da China. Em nível internacional, Ford e Renault assinaram um acordo para desenvolver dois automóveis elétricos para a marca americana com base na plataforma Ampere, do Grupo Renault. Poucos talvez lembrem, mas quando a Ford assumiu a Willys e lançou o Corcel em 1968, o modelo era um Renault 12 com outra carroceria. Na época, apenas uma combinação pontual.
Renault, em 2026: nova plataforma GEA (sigla em inglês para Arquitetura Elétrica Geely), com tecnologia de baixas e zero emissões; dois novos modelos Geely; renovação de um modelo da atual linha da marca francesa. Para 2027, produção de uma nova plataforma Renault com tecnologia de eletrificação, além de um produto inteiramente novo.
Primeiro híbrido flex da VW produzido em São Bernardo do Campo (SP) será lançado em 2026: um SUV compacto ainda sem nome revelado. Entre outras novidades previstas estão a nova geração do T-Cross e Tiguan atualizado importado do México. Fábrica de motores de São Carlos (SP) produzirá o 1,5 L, TSI, Evo2 flex.
Europa recua em relação aos veículos elétricos
União Europeia (UE) tomou decisões radicais em relação ao prazo para banir a venda em 2035 de todos os motores a combustão interna e obrigar a comercialização apenas de veículos 100% elétricos. Esta semana a inglesa Reuters, maior agência de notícias do mundo, destacou que era óbvio um recuo devido às críticas incessantes da indústria automobilística e de governos da Alemanha e Itália.
A nova proposta da Comissão Europeia (CE) permite que híbridos plug-in, elétricos com extensor de alcance (usam motor-gerador a combustão no lugar de baterias muito grandes), híbridos básicos e plenos, além de veículos apenas com motor a combustão interna “continuem a desempenhar um papel após 2035”. Também prevê créditos fiscais para veículos elétricos pequenos fabricados na UE e frotas empresariais.
Segundo a Reuters, especialistas consultados afirmam que a proposta dá à indústria automobilística e a governos dos Estados-membros mais flexibilidade para estimular veículos elétricos que concorram com os chineses. Ao mesmo tempo, assegura aos fabricantes venderem diferentes tipos de veículos a quem ainda não está preparado para a transição.
Isto ocorre, desde já, em países com população de menor poder aquisitivo e também porque montar uma rede de recarga em estradas sai caro. Afinal, poucas pessoas podem comprar um carro elétrico para uso urbano e outro com motor a combustão ou híbrido para viajar sem preocupações de perder um longo tempo com o veículo na tomada.
Foi a segunda vez este ano que a CE recuou em relação a metas rigorosas. Deu à indústria uma "margem de manobra" para cumprir regras de emissões de 2025 ao longo de três anos, acrescentou a agência noticiosa.
Nos EUA, marcas americanas se concentrarão em modelos a gasolina e híbridos, pois a demanda por veículos elétricos caiu após o término do crédito fiscal federal de US$ 7.500 (R$ 41.250).
Sempre destaquei em relação aos elétricos: rumo certo, ritmo incerto. Neste caso, marcar datas fatais não funciona. Novos recuos da CE ainda podem ocorrer.
Lexus NX 450h+: híbrido que realmente oferece mais
Híbridos plugáveis têm a seu favor um alcance muito conveniente e sem preocupações de encontrar um carregador público de maior potência (principalmente em estradas), o que dificulta viagens com carros 100% elétricos. Marca de luxo da Toyota, a Lexus oferece flexibilidade, desempenho bom e consumo de gasolina bastante razoável no NX 450h+.
Dimensões típicas de um SUV médio-compacto: comprimento, 4.660 mm; entre-eixos, 2.690 mm; largura, 1.865 mm; altura, 1.670 mm; tanque, 55 L. Porta-malas de 545 L (VDA), um dos destaques. Por outro lado, a massa em ordem de marcha de 1.990 kg é alta, embora o conjunto motriz dê conta do recado. Motor a combustão quatro-cilindros, 2,5 L, entrega 187 cv e 23,6 kgf·m; os elétricos: dianteiro, 182 cv e 27 kgf·m; traseiro, 54 cv e 12,1 kgf·m. Potência combinada de 308 cv, porém o torque combinado tecnicamente não pode ser medido. Aceleração de 0 a 100 km/h em 6,3 s. Câmbio automático CVT é acionado eletricamente.
No preço estão incluídos um carregador de parede e outro portátil com instalação por conta do proprietário. O tempo de recarga da bateria de 18,1 kW·h é de 2h45. Alcance urbano de 798 km é praticamente 100 km maior do que o rodoviário, a exemplo de todo híbrido plugável. Impressionou bem as reações no para-e-anda no trânsito em cidade, apesar de sua massa de praticamente duas toneladas. Também as ultrapassagens em estradas são feitas com facilidade, em especial nas rodovias de pista única.
Entre os modos existentes está o de carregamento automático da bateria. Embora o ruído do motor a combustão eleve-se um pouco, afasta a possibilidade de os dois elétricos pararem de funcionar. Central multimídia de 14 pol. inclui Android Auto e Apple CarPlay, além de aceitar comando por voz. Isolamento acústico da cabine é de primeiro nível com vidros laminados nas portas, que têm maçanetas elétricas. Espaço interno na frente e atrás também se destaca. Garantia de 10 anos. Preço: R$ 480.990.
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*A todos os leitores(as) feliz Natal e um ano novo turbinado. É tempo de uma parada técnica e volto ao volante após a primeira semana de janeiro.