A União Europeia (UE) tomou decisões radicais em relação ao prazo para banir a venda em 2035 de todos os motores a combustão interna e obrigar a comercialização apenas de veículos 100% elétricos. Esta semana a inglesa Reuters, maior agência de notícias do mundo, destacou que era óbvio um recuo devido às críticas incessantes da indústria automobilística e de governos da Alemanha e Itália.
Nova proposta permitirá carros híbridos e a combustão
A nova proposta da Comissão Europeia (CE) permite que híbridos plug-in, elétricos com extensor de alcance (usam motor-gerador a combustão no lugar de baterias muito grandes), híbridos básicos e plenos, além de veículos apenas com motor a combustão interna “continuem a desempenhar um papel após 2035”. Também prevê créditos fiscais para veículos elétricos pequenos fabricados na UE e frotas empresariais.
Segundo a Reuters, especialistas consultados afirmam que a proposta dá à indústria automobilística e a governos dos Estados-membros mais flexibilidade para estimular veículos elétricos que concorram com os chineses. Ao mesmo tempo, assegura aos fabricantes venderem diferentes tipos de veículos a quem ainda não está preparado para a transição.
Medida leva em conta preço mais baixo e infraestrutura de recarga
Isto ocorre, desde já, em países com população de menor poder aquisitivo e também porque montar uma rede de recarga em estradas sai caro. Afinal, poucas pessoas podem comprar um carro elétrico para uso urbano e outro com motor a combustão ou híbrido para viajar sem preocupações de perder um longo tempo com o veículo na tomada.
Foi a segunda vez este ano que a CE recuou em relação a metas rigorosas. Deu à indústria uma "margem de manobra" para cumprir regras de emissões de 2025 ao longo de três anos, acrescentou a agência noticiosa. Nos EUA, marcas americanas se concentrarão em modelos a gasolina e híbridos, pois a demanda por veículos elétricos caiu após o término do crédito fiscal federal de US$ 7.500 (R$ 41.250).
Sempre destaquei em relação aos elétricos: rumo certo, ritmo incerto. Neste caso, marcar datas fatais não funciona. Novos recuos da CE ainda podem ocorrer.