Yuri Motta, triatleta amador do Pará, superou a depressão e o sobrepeso pelo esporte ao concluir seu primeiro Ironman 70.3 em Florianópolis, acompanhado e apoiado por sua família, que celebrou a conquista como realização coletiva.
Do Pará até Florianópolis, Yuri Motta, triatleta amador, pode dizer que está acompanhado.
Natural de Belém, capital do Pará, o esportista de 33 anos cruzou o país e, acompanhado de toda a família, desembarcou em Florianópolis (SC) para participar pela primeira vez do Ironman 70.3.
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O gosto pelo desafio da natação, ciclismo e corrida surgiu há dois anos. À época, Yuri encontrava-se com um quadro depressivo e pesava cerca de 95kg. Após sofrer um mau súbito, foi tomado por uma sensação de urgência e passou a dedicar-se ao esporte.
“Descobri que eu precisava viver para viver momentos com a minha família. Busquei a corrida, depois o ciclismo e descobri o triatlo”, explica. A preparação mais específica para a prova da capital catarinense começou há aproximadamente um ano e meio, com treinos constantes.
Além disso, o fato de a madrinha e o afilhado serem moradores de Floripa facilitou para que a competição se tornasse palco de uma grande celebração familiar. “Mais importante do que fazer a prova, era estar toda a família junto (…) vim para cá é uma sensação de dever cumprido e de descobrir que é isso que eu quero para a minha vida. O triatlo uniu a minha família”, celebrou.
Ao longo dos 1,9 km de natação, 90 km de bicicleta e 21,1 km de corrida, o paraense conta que em determinada parte do trajeto de bike duvidou se conseguiria finalizar a prova e ressalta que o apoio dos outros competidores foi determinante para seguir em frente.
“No km 85, na última subida, tive uma câimbra e parei por uns 30 segundos. Fiquei refletindo se conseguiria ou não fazer, mas a motivação veio quando os outros ciclistas passavam, incentivavam e perguntavam como eu estava. Consegui seguir. Vim em um ritmo mais devagar nos últimos cinco quilômetros e depois a corrida fluiu do jeito que eu estava esperando”, disse.
Já para a mãe de Yuri, Adriana Motta, que acompanhou atentamente o filho ao lado de outros oito familiares, o momento de maior tensão foi outro. “Na natação, quando ele entrou no mar, a gente ficou mais apreensivo. Comecei a rezar e só parei quando ele saiu porque o mar estava um pouco revolto”, revelou Adriana.
Segundo ela, a experiência de vivenciar um momento tão singular na história da família gera um orgulho compartilhado por todos. Quem esteve presente no evento, percebia facilmente o orgulho dos parentes, que, para deixar a ocasião ainda mais especial, fizeram uma camiseta na cor de rosa, personalizada e estampas com as iniciais ‘YM’, abreviação do nome de Yuri Motta.
“É um sonho realizado por todos nós. Estamos juntos desde que ele escolheu esse esporte para ele. É uma sensação de felicidade por uma conquista que ele tanto queria”, comemora Adriana.
Com o feito pessoal inédito, Yuri levará para Belém uma medalha, mas diante de tamanha torcida, aplausos e amor, justo mesmo seria se toda a família recebesse um troféu por ser a base tão sólida de acolhimento.
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