O médico esportivo belga Dag van Elslande, que trabalhou para várias equipes nas quais o ex-ciclista americano Lance Armstrong fez parte, foi durante os anos 90 e até meados de 2004 o controlador de doping para a região dos Flandres. Porém, ciclistas como Floyd Landis, Levi Leipheimer e David Zabriskie o vinculam ao doping, segundo publica nesta quarta-feira o jornal belga De Morgen em sua edição digital.
O médico de Waregem, um município belga da província de Flandres Ocidental, esteve ao lado de Armstrong durante vários anos enquanto o ciclistas esteve nas equipes US Postal, Discovery Channel, Astana e RadioShack.
Floyd Landis, ex-companheiro de equipe de Armstrong e que correu de 2002 a 2004 para o US Postal, vincula Van Eslande "explicitamente às transfusões de sangue", no relatório da Agência Antidoping dos Estados Unidos (USADA), segundo o jornal.
No relatório, Landis dá conta de suas viagens em 2004 à Belgica, onde se submeteu a extrações de sangue, indica o jornal, que também afirma que a USADA decidiu deixar o nome da pessoa responsável deste processo no anonimato ao colocar o rótulo de "Outro-5".
Leipheimer e Zabriskie também mencionam "Outro-5" em suas respectivas declarações. O texto afirma que "em 2004, pessoas da equipe US Postal efetuaram duas extrações de sangue separadamente e duas transfusões em Landis sob a direção de Johan Bruyneel", que fora diretor esportivo de Armstrong durante seu reinado no Tour de France.
"Em maio de 2004, Landis voou à Bélgica. Em sua chegada, foi recebido e conduzido pelo doutor Dag Van Elsland a um apartamento de uma pessoa desconhecida, onde foi tirado seu sangue", prossegue o documento obtido pelo jornal.
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O documento também se refere que "em torno de junho de 2004, Landis voava de novo à Bélgica para que fosse tirado sangue, de novo pelo doutor Dag Van Elsland, seguindo o mesmo procedimento da primeira vez".
A documentação sobre este caso, disponível pela internet, faz parte de uma investigação paralela que as autoridades americanas realizam sobre o financiamento com fundos públicos da US Postal e no qual Landis forneceu também seu testemunho. Como inspetor antidoping para a região de Flandres, Van Elslande teve que efetuar controles em atletas e ciclistas em vários eventos esportivos na Bélgica.
De acordo com a publicação, vários ciclistas descrevem Van Elslande como um médico íntegro e cauteloso.
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Boneco de Lance Armstrong é queimado na noite deste sábado nas celebrações do Bonfire Night ("Noite da Fogueira") em Edenbridge, no sudeste da Inglaterra. A representação de 30 m do ex-ciclista americano, que foi banido do esporte e perdeu os sete títulos da Volta da França os quais havia conquistado devido a acusações de doping, foi queimado no evento anual que é tradicional no país
Foto: Reuters
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O Bonfire Night é um evento anual dedicado a fogueiras e fogos de artifício celebrado no Reino Unido e em outros países da Commonwealth. Na Inglaterra, o festejo é associado à tradição da Noite de Guy Fawkes, comemorando o fracasso do atentado de 5 de novembro de 1605, conhecido como a conspiração da pólvora. Na ocasião, um grupo de católicos, do qual Fawkes fazia parte, tentou destruir o Palacio de Westminster, a sede do parlamento em Londres, e assassinar o Rei James I
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Armstrong foi banido do esporte em 22 de outubro de 2012 pela União de Ciclismo Internacional (UCI), que seguiu as recomendações da Usada (Agência Antidoping dos Estados Unidos) e ainda tirou do americano os sete títulos da Volta da França - ele detinha o recorde de conquistas da prova mais tradicional do ciclismo mudial
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Em 10 de outubro, a Usada divulgou um dossiê de mais de mil páginas contendo o testemunho de 26 pessoas, incluindo 15 ciclistas ou ex-ciclistas, que forneceram material para o relatório que reconhece o doping na antiga equipe de Armstrong, a US Postal Service
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Não é a primeira vez que uma personalidade do esporte é escolhida para ser "queimada" na festa. A cidade já teve bonecos de Mario Balotelli, do Manchester City, e também de Wayne Rooney, do Manchester United. Ambos entraram um uma lista de personalidades que tem, por exemplo, Tony Blair e Saddam Hussein
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Armstrong, 41 anos, deixou o ciclismo em 2005 e retornou à modalidade em 2009, despedindo-se novamente no início do ano passado. Ele sempre se definiu inocente e ressaltou que em toda a carreira nunca testou positivo em um exame antidoping, mas disse em 23 de agosto de 2012 que não iria mais se defender das acusações da Usada, considerando injusto o modo como a entidade dirigia o processo relacionado ao assunto