Doze torcedores do Corinthians, detidos como supostos responsáveis pela morte de um garoto de 14 anos num estádio da cidade boliviana de Oruro, vão comparecer na sexta-feira diante de um juiz de medidas cautelares, anunciou o advogado de defesa.
Os torcedores estão sob custódia desde a noite de quarta-feira, após a morte do menino pelo impacto de um projétil, descrito como um sinalizador.
O projétil foi lançado supostamente do local do estádio Jesús Bermúdez onde estavam os torcedores do Corinthians, em partida disputada pela Copa Libertadores.
O advogado Jaime Flores, que disse representar os 12 torcedores, declarou a jornalistas que um promotor vai apresentar o caso a um juiz depois de ter recebido nesta quinta-feira depoimentos dos detidos e relatórios preliminares da polícia e do laboratório de criminalística.
"Pelo menos 10 dos detidos não teriam nenhuma participação no fato", disse Flores, que, no entanto, antecipou que pedirá a liberdade dos 12, "porque não há elementos suficientes" para provar o envolvimento deles no crime.
A polícia, entretanto, disse que a autópsia confirmou que a morte do garoto deveu-se ao impacto direto de um tipo de sinalizador que não existe no mercado boliviano e que destruiu o crânio da vítima.
Dirigentes do futebol sul-americano e boliviano expressaram consternação pelo caso, mas evitaram antecipar eventuais sanções, enquanto o ministro de Governo da Bolívia, Carlos Romero, anunciou a elaboração de um decreto que proíbe o uso de sinalizadores e outros explosivos nos estádios.
San José e Corinthians empataram por 1 x 1.
(Reportagem de Carlos Alberto Quiroga)