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Curso de árbitros da Federação Paulista terá sala exclusiva para mulheres

Para aumentar número de árbitras, entidade fez campanha nas redes sociais e atraiu 20 candidatas em dois dias

24 jul 2019 - 04h42
(atualizado às 09h12)

A Federação Paulista de Futebol quer aumentar o número de árbitras atuando no estado. Para isso, decidiu criar uma sala exclusiva para mulheres no próximo curso de formação que a entidade vai oferecer em setembro.

A segmentação está dando resultado. Desde segunda-feira, 20 mulheres já mostraram interesse na carreira. Esse número já é maior que a média do curso anterior, quando apenas sete procuraram a entidade em um mês de inscrições. Para atrair as candidatas, a federação fez uma campanha de comunicação dirigida para mulheres nas redes sociais com a figura da assistente Tatiana Camargo, que atuou na Copa da França.

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Os números são modestos, mas refletem a falta de árbitras no futebol paulista. De acordo com a Federação, dos 500 árbitros que atuam hoje, apenas 14 são mulheres: cinco apitam e nove são assistentes. "Buscamos algo diferente para tentar motivar esse grupo. A gente tinha um pouco de dificuldade para captar candidatas a árbitras. O número sempre oscilava entre 7% e 8% do total", explica Carlos Augusto Nogueira Jr, diretor da Escola de Árbitros Flávio Iazetti (Eafi) da Federação Paulista de Futebol.

O cenário nacional não é diferente no que se refere à escassez de árbitras. No mês de maio, Edina Alves Batista se tornou a primeira mulher a apitar uma partida da Série A no Campeonato Brasileiro desde 2005.

O curso oferece 50 vagas para homens e 50 para mulheres. O conteúdo é o mesmo, com exigências físicas e técnicas. Entre os pré-requisitos está apenas o grau de escolaridade. É preciso estar ter concluído o Ensino Médio ou estar cursando o 3.º ano. Não existe uma meta específica de captação de novas árbitras.

As árbitras vão apitar prioritariamente jogos do Campeonato Paulista Feminino, de acordo com a diretriz aplicada pela Fifa na Copa da França, por exemplo, mas não há obrigatoriedade. As mulheres podem atuar no masculino assim como os homens podem apitar no feminino.

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Embora o curso não tenha limite de idade, a atividade possui algumas restrições, pois o árbitro encerra sua carreira 45 anos. Além disso, um juiz não possui registro em carteira, como outras categorias. Ele trabalha como autônomo e recebe remuneração por partida. No caso dos árbitros internacionais, a remuneração é feita pelo torneio todo. Por isso, 90% dos árbitros paulistas possuem outra atividade remunerada. Os árbitros da CBF ganham cerca de R$ 2900 num jogo de série A e R$ 1000 na série D. Já os assistentes recebem cerca de 60% da remuneração dos árbitros.

Logo após o curso, o árbitro faz estágios nas categorias sub-11 e sub-13 do Paulistão. No final, ele recebe o diploma e pode ser inscrito no quadro da Federação. Com o acompanhamento da área de Desenvolvimento da Arbitragem, com avaliações técnicas e físicas, ele vai ascendendo. O ápice da atividade, como trabalhar na Série A do Brasileirão, costuma ser atingido em sete ou oito anos.

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