Transfer ban: Corinthians pode perder pontos? E ser rebaixado?

Sanção tem punições graduais, que podem levar à perda de pontos e até exclusão de competições

15 ago 2025 - 04h59
Resumo
O Corinthians enfrenta um transfer ban imposto pela FIFA devido a uma dívida de mais de R$ 33 milhões relacionada à compra do zagueiro Félix Torres, com possíveis punições gradativas como perda de pontos e exclusão de competições.
Apresentação de Félix Torres, em janeiro de 2024, no Parque São Jorge
Apresentação de Félix Torres, em janeiro de 2024, no Parque São Jorge
Foto: Divulgação/Rodrigo Coca/Agência Corinthians

O Corinthians pode viver dias sombrios nos próximos meses devido aos problemas financeiros. Desde a última terça-feira, 12, o Timão está proibido de registrar novos jogadores devido ao transfer ban, punição aplicada pela Fifa devido à dívida com o Santos Laguna, do México, pela compra do zagueiro equatoriano Félix Torres.

Inicialmente, a punição impede que o infrator inscreva novos atletas por até três janelas de transferência -- incluindo a atual, que se encerra em setembro -- ou até o clube paulista quitar o pagamento de US$ 6,145 milhões (R$ 33,4 milhões, na cotação atual).

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Para reverter a situação, o Corinthians também pode tentar chegar a um acordo com a equipe mexicana, o que não aconteceu até o momento. Ao mesmo tempo em que existe a possibilidade de encerrar a punição, também é possível que a pena fique mais severa de maneira gradativa a demora para a pendência ser resolvida, conforme a advogada Renata Falcão, especialista em direito desportivo e ceo da Baalbaki & Falcão, explicou ao Terra.

“O Corinthians pode perder pontos se, após uma decisão definitiva da FIFA ou do CAS, não pagar o que deve dentro do prazo. Se as dívidas não forem quitadas, a FIFA pode escalar a punição começando pela proibição de registrar atletas e evoluindo para perda de pontos, rebaixamento ou até exclusão de competições, conforme o Regulamento de Status e Transferências de Jogadores e o Código Disciplinar da FIFA”, destaca a advogada.

Além do caso envolvendo Félix Torres, o Timão tem ocorrências na Corte Arbitral do Esporte (CAS) relacionadas à dívidas na contratação de Rodrigo Garro junto ao Talleres, da Argentina, e na rescisão de Matías Rojas, que devem ter resolução nas próximas semanas. 

Em 2020, por exemplo, o Cruzeiro começou a Série B do Brasileirão com menos seis pontos devido a uma punição imposto por causa de uma dívida envolvendo o empréstimo do volante Denilson junto ao Al Wahda, dos Emirados Árabes Unidos, quatro anos antes, em 2016.

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O caso Félix Torres

O Santos Laguna cobra a dívida de mais de R$ 33 milhões pela venda de Félix Torres ao Corinthians, realizada em janeiro de 2024, ainda nos primeiros dias da gestão de Augusto Melo. A equipe mexicana afirma que recebeu apenas a primeira parcela da compra, no valor de US$ 2 milhões (R$ 10,8 milhões). 

A segunda parcela pela compra do zagueiro, que totalizou US$ 6,5 milhões (R$ 35,1 milhões), venceu em maio de 2024 e, sem receber, o Santos Laguna levou o caso à Fifa. O departamento jurídico do Corinthians tentou recorrer da decisão junto à Corte Arbitral do Esporte (CAS), mas o recurso foi negado. 

Além do restante do valor do jogador, US$ 4,5 milhões (R$ 24,3 milhões), a decisão da Fifa prevê o pagamento de US$ 675 mil (R$ 3,7 milhões) em multas por atraso, além de 18% de juros anuais, considerando o período de maio de 2024 até a data do pagamento, o que acrescentaria US$ 810 mil (R$ 4,4 milhões) ao total da dívida. A Fifa ainda cobra US$ 30 mil (R$ 165 mil) em multa.

Fonte: Redação Terra
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