Em meio a um cenário de forte aperto financeiro, o Corinthians trabalha em diversas frentes para equilibrar o fluxo de caixa até o fim de dezembro. A diretoria entende que as próximas semanas serão determinantes para aliviar a pressão que domina o Parque São Jorge e fechar a temporada com menor turbulência.
Entradas previstas de TV e Liga Forte União
O clube paulista espera receber, nos próximos dias, valores referentes aos direitos de transmissão e ao repasse da Liga Forte União (LFU). Embora o montante final ainda dependa do desempenho no Brasileirão e do índice de audiência, a base anual prevista pelo bloco gira em torno de R$ 210 milhões.
Esse valor, porém, sofrerá redução: haverá um abatimento de R$ 30 milhões por conta do não pagamento de um empréstimo de R$ 150 milhões contratado anteriormente. A dedução será distribuída pelos próximos cinco anos.
Premiações da Copa do Brasil podem reforçar o caixa
Na Copa do Brasil, o Corinthians já garantiu R$ 20,6 milhões por ter alcançado as quartas de final. Se conquistar o título, o prêmio salta para mais de R$ 77 milhões; em caso de vice-campeonato, a quantia fica próxima a R$ 33 milhões. A expectativa por uma possível premiação extra é considerada um dos pilares para o planejamento financeiro imediato.
Clube estuda empréstimo e antecipação de receitas
A diretoria alvinegra também analisa a contratação de um empréstimo que pode chegar a R$ 100 milhões. Uma das alternativas em estudo é a antecipação da cota de 2026 da LFU — operação que, combinada a outra linha de crédito, atingiria o valor desejado.
Parte da quantia seria descontada diretamente das cotas futuras, com previsão de juros na faixa de CDI + 3%. Fontes ouvidas pela reportagem da Itatiaia indicam que o acordo está em fase final de ajustes e deve ser usado para cobrir despesas elevadas do mês, como o pagamento do 13º salário. Apenas trâmites burocráticos separam a conclusão da operação.
Dívidas urgentes: Santos Laguna e Matías Rojas
Além da busca por novas receitas, o Corinthians corre para resolver pendências que seguem travando a gestão. A principal delas envolve o Santos Laguna, do México, com dívida acumulada em mais de R$ 40 milhões referentes à compra do zagueiro Félix Torres — dívida que gerou um transfer ban ao clube e precisa ser quitada ainda em dezembro.
Outro foco é o acordo com os representantes de Matías Rojas. O estafe do meia paraguaio aguarda o pagamento de aproximadamente R$ 41,5 milhões em atrasados. Embora já tenha o direito de acionar a Fifa, a tendência é tentar uma solução negociada antes de recorrer à entidade.
Negociações em andamento
As conversas têm sido conduzidas pelo advogado Rafael Botelho (PVBT Law) e pelo presidente Osmar Stabile. Segundo apuração, ambas as partes demonstram disposição para chegar a um entendimento que evite novos desdobramentos judiciais.
