O mais novo assunto da F1 é o exemplo acabado de como as coisas são tratadas nos dias atuais. Desde que o mundo é mundo, o ser humano quer novidade, saber da vida do outro, o que acontece atrás da porta, do muro. Os meios e os métodos se adaptam, mudam. Mas as técnicas são basicamente as mesmas...
Na noite de terça-feira, a Sky Sports italiana publicou que Max Verstappen teria aceitado começar a negociar uma possível transferência para a Mercedes já na próxima temporada. Isso foi o bastante para levantar uma tsunami nos meios e redes sociais que falam da F1. Claro que o Parabólica não deixou passar isso em brancas nuvens, falando sobre a notícia dada pelo veículo italiano.
Não se há certeza de que a informação proceda. Pode ser que seja, como também pode se tratar de um belíssimo factóide. Porém, temos que nos ater aos fatos que temos à mão. E que também podem não ser 100% confiáveis:
- A Mercedes namora Max Verstappen não é de hoje. Quem acompanha a F1 sabe que o time disputou com a Red Bull para ter o jovem neerlandês sob contrato e o staff do piloto decidiu pelos taurinos porque eles prometeram dar um posto de titular na F1 logo ao invés de uma postura mais cautelosa oferecida pelos alemães, que ofereciam ainda uma permanencia nas fórmulas menores. O resto é história conhecida por todos.
- Max Verstappen conta com um contrato vigente com a Red Bull até o fim de 2028, com todas as regalias técnicas e financeiras. Porém até as marmotas da Ilha de Notre Dame sabem que hoje a Red Bull precisa muito mais de Verstappen do que ao contrário. É uma situação muito parecida com a de Senna no seu período final de McLaren e Schumacher na Ferrari.
A esta altura do campeonato sempre surgem as tais "cláusulas de competitividade" que constariam destes acordos. Os vazamentos seletivos acabam por ser cirurgicos quando interessam e hoje a versão mais corrente é que a atual posição da Red Bull entre os Construtores seria um dos gatilhos que permitiram a saída de Verstappen sem qualquer restrição.
- Dinheiro não seria problema para a Mercedes. Hoje, a equipe é uma máquina de gerar recursos, batendo recordes de faturamento e lucros (semana passada foi anunciado um faturamento de 636 milhões de libras esterlinas e lucro de mais de 120 milhões de libras esterlinas em 2024). Em um momento em que o salário de pilotos ainda não faz parte do teto orçamentário, a capacidade financeira é importante.
- 2026 é uma verdadeira incógnita para a F1. Pouquissimas vezes houve uma mudança tão grande na parte técnica de uma só vez. E num regulamento em que o motor (Unidade de Potência, melhor dizendo) volta a ter mais preponderância, a Mercedes aparenta ser a melhor aparelhada neste momento, enquanto a Red Bull é considerada como uma das que estão atrasadas no desenvolvimento, mesmo tendo a parceria da Ford para a parte elétrica.
- Sem contar que a Red Bull é um monolito em decomposição. Desde o ano passado, após o famigerado escandalo envolvendo Christian Horner, cada vez mais membros importantes do time vão saindo e deixando a equipe numa situação cada vez mais dificil. Hoje, a Red Bull tenta fazer um Newerismo sem Adrian Newey, conta um tunel de vento defasado com problemas de correlação com dados de pista (o que faz o time ter mais trabalho para acertar o RB21 ao longo de um final de semana de corrida e um novo só deve estar operacional a tempo do carro de 2027), um Helmut Marko indo para um ocaso e tem uma Verstadependência, sem perspectiva de uma substituição.
- A Mercedes tem uma dupla 100% puro sangue feita em casa: George Russell e Kimi Antonelli. Ambos tiveram sua carreira cuidadosamente tratada pela montadora e um investimento muito intenso. O time sabe do talento de cada um e acredita que podem ser campeões junto com o time. Em condições normais, a permanencia é o cenário mais provável.
Mas o que fazer quando se tem um Max Verstappen disponível? Isso até teria até motivado falas de Russell neste sentido. Esta é uma situação que a alta cupula do time, passando por Ola Kallenius, o CEO da Mercedes, está considerando.
Caso tivesse que rifar alguém, Russell é o nome que quase automaticamente entra na linha de tiro. Embora jovem e atual lider do time, o investimento que a Mercedes fez em cima de Kimi Antonelli foi maior. Então, seria natural considerar que este ativo ainda pode dar retorno. Neste ponto, a colega de site Maria Clara Araújo jogou luz neste artigo.
- Não se pode descartar a possibilidade Aston Martin. Na F1 atual, Verstappen seria o unico que se encaixaria na proposta vislumbrada por Lawrence Stroll. Se notarmos, desde que se tornou Aston Martin, sempre hiouve um piloto campeão em suas fileiras. Sem contar que o time tem uma série de atrativos: uma sede estalando de nova, motor Honda e Adrian Newey nas pranchetas. Dinheiro aqui também não seria um problema
Ainda é tudo uma grande especulação, com informações sendo jogadas daqui e dali, atendendo a alguns interesses e todos tentando soar como o oráculo da vez. O fato é que Verstappen hoje ficando onde está teria talvez mais a perder do que mudar para esta Merecdes que joga suas fichas em um novo regramento que lhe parece mais favorável. Peguemos a pipoca para ver os próximos capítulos desta história onde tudo pode acontecer. Inclusive nada.