Nas últimas semanas, uma das notícias que chegaram foi que a Audi terminou a aquisição das ações da Sauber e assumiu definitivamente o comando do time para efetivamente entrar na F1 em 2026. A versão mais corrente é que os alemães fariam uma aquisição em partes e terminariam o processo em 2025. E isso inclui a parte de Engenharia.
Porém, o processo foi antecipado e foi feito de modo a atuar em várias frentes: primeiro, afastar de uma vez as notícias que a Audi desistiria do projeto por conta das mudanças de mercado e de comando; segundo, para aproveitar o momento em que poderia haver um maior desembolso; terceiro, para poder deslanchar certas movimentações.
Desde que assumiu o comando do projeto no ano passado, Andreas Seidl vem trabalhando mineiramente para garantir que a Sauber esteja em condições de fazer jus às tradições da Audi nas competições. O time suíço conta com boas instalações, especialmente com um túnel de vento que é um dos principais da Europa, sendo usado inclusive pela própria F1.
As indefinições quanto ao futuro deixaram o time numa posição complicada para a contratação de pessoal, bem como investimentos. Um dos pontos que dificulta a atração de técnicos é a legislação de trabalho suíça, bem como os impostos. Todo caso, alguns nomes já tem chegado e um dos principais foi o de James Key para assumir a Direção Técnica. Key trabalhou com Seidl na McLaren e já esteve no time entre 2010 e 2012 no mesmo posto atual.
Em relação à infra-estrutura, alguns investimentos já haviam sido iniciados pela gestão anterior e novos estão sendo planejados, ainda mais diante do aumento de valores acordado pela F1 no ano passado. A Audi vem trabalhando em modernização de equipamentos (especialmente no túnel de vento) e programas de desenvolvimento.
Além disso, trabalha na expansão de suas bases alemãs em Donau e Neuberg onde são desenvolvidas as atividades esportivas e, principalmente, onde está a equipe da unidade de potência. As novas instalações serão concluídas ainda no primeiro semestre deste ano embora os primeiros ensaios com a parte a combustão e elétrica já tenham sido desenvolvidos.
Sobre esta parte, ainda há uma preocupação sobre a Audi ter acesso a dados da Ferrari para desenvolvimento da unidade de potência, embora os alemães tenham um grande e inegável conhecimento sobre motores e sistemas híbridos. Por conta da competição, alguns dados inevitavelmente serão de conhecimento até 2025, embora o funcionamento seja bem diferente das unidades atuais.
Embora hoje o time tenha acordos com a Stake/Kick até 2025, a Audi deverá vir com alguns parceiros de peso para estampar suas marcas no carro. DHL, Bosch e Shell são marcas cogitadas para aparecer na carenagem.
Em breve, a Audi deve anunciar mais nomes de peso para o projeto, incluindo os pilotos, já que os contratos da atual dupla, Bottas e Zhou, se encerram ao final desta temporada. O objetivo é ter um nome que ajude na transição e possa ser competitivo logo de cara. Desta forma, esqueça nome de possíveis novatos, embora haja a intenção de desenvolver jovens pilotos. Carlos Sainz e Nico Hulkemberg são nomes que circulam há algum tempo. De certo mesmo, só Neel Jani como piloto de desenvolvimento.
Se analisarmos mais detalhadamente é um trabalho bem semelhante ao que fez a BMW no mesmo time quase 20 anos atrás, só que sem as limitações orçamentárias previstas atualmente. E como os bávaros, a Audi não vem para brincadeira. Em evento esta semana, o responsável pelas finanças da marca declarou que os “gastos serão altos para garantir carro e motor competitivos em 2026, mas que estes se pagarão”.
Mineiramente, a Audi se prepara. E, normalmente, não vem para brincadeira...
